Short Sunderland

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ESPECIFICAÇÕES
ANO
1937
PAIS DE ORIGEM
Reino Unido
TIPO
Hidroavião de reconhecimento marítimo e luta anti-submarina
MODELO
Mk V
TRIPULAÇÃO
10 a 13 elementos
MOTOR
4 Motores PD Pratt Whitney R-1830-90B
PESO MAXIMO (kg)
27316
PESO VAZIO (kg)168
16800
ENVERGADURA  (m)
34.38
COMPRIMENTO (m)
26.10
ALTURA (m)
10
VELOCIDADE MÁXIMA  (km/h)
343
TECTO MÁXIMO  (m)
5456
RAIO DE ACÇÃO (km)
4330
ALCANCE (km)

ARMAMENTO
8 Metralhadoras frontais de 7,7 mm (4 fixas e 4 na torre nasal), 4 metralhadoras montadas na torre de cauda, ​​2 na torre dorsal e mais 2 a 4 metralhadores adicionais de 12,7mm a instalar na parte lateral da fuselagem traseira,
até 907 kg de bombas, cargas de profundidade ou minas marítimas.
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GALERIA
Short Sunderland Mk I 

Sunderland Mk II

Short Sunderland Mk I

short SunderlanMk II, 1942

Short Sunderland em apoio a naufrágio

Short Sunderland Mk V

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HISTÓRIA
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Os Short Sunderland eram gigantescos hidroaviões, versão militar dos proeminentes hidroaviões britânicos de transporte civil dos anos trinta, os Short Empire. O projeto para a construção dos Sunderland foi iniciado em fins de 1934, sob a designação de S.25.
Cockpit de um Short Sunderland
O protótipo realizou o primeiro voo no dia 16 de Outubro de 1937. Cinco meses depois começaram a operar os aviões da versão Short Sunderland Mk I, que equiparam três esquadras do Comando Costeiro da Royal Air Force (RAF).
 Caminhava-se para o fim de 1941 quando entraram ao serviço os aviões da segunda versão de produção, osSunderland Mk II e, em Junho do ano seguinte surgiram os Sunderland Mk III. Estas versões apresentaram-se com motores mais potentes e capacidade de combate melhorada em relação à versão anterior.
 A última versão foi o Sunderland Mk V, cujo protótipo realizou o primeiro voo em Agosto de 1943, com capacidades operacionais substancialmente melhoradas, para o que muito contribuíram os motores americanos Pratt & Whitney Twin Wasp, utilizados em substituição dos britânicos Bristol Pegasus das versões anteriores. O Mk V apresentava também modificações estruturais no casco.
Os Short Sunderland foram produzidos até 1945, totalizando 741 exemplares. Operaram intensamente e sem interrupção durante toda a Segunda Guerra Mundial. Estiveram ao serviço da RAF até 1959.
Pintura representando o ataque de em Sunderland a um U-boat
Tecnicamente designados por aviões de reconhecimento marítimo, foram usados essencialmente na escolta aos comboios marítimos e na luta antissubmarina, para o que apresentavam os atributos de grande autonomia e potente armamento. Os alemães chamavam-lhe o “porco-espinho voador”, por causa do seu armamento defensivo.
Os Short Sunderland atuaram no Mar do Norte, Atlântico e Mediterrâneo.
Terminada a guerra, uma quantidade significativa foi transformada para transporte civil, com a acomodação para 20 passageiros.

EM PORTUGAL
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Em 15 de fevereiro de 1941(a)  amarou no estuário do Rio Sado sob grande tempestade um avião Short Sunderland Mk I pertencente à 95ª Esquadra da RAF, com um motor avariado. Tinha o numero de série RAF W6065. Antecipando-se à legal anexação por parte do Governo Português, o Governo Britânico ofereceu-o a Portugal.

Short Sunderland no estuário do Sado em 1941 (?)
Ao fim de demorada estadia encalhado em Tróia, foi rebocado para o Centro de Aviação Naval (CAN) do Bom Sucesso, em Lisboa, onde se manteve por bastante tempo fundeado no Rio Tejo, sem quaisquer cuidados de proteção contra as intempéries.
Por fim, foi decidida a sua ativação, sendo integrado na Aviação Naval (AN), que lhe atribuiu o número de matrícula 136. Foi então alvo de uma grande reparação, que incluiu a substituição dos motores. A pintura original foi removida, ficando em metal natural, com o casco a preto. A Cruz de Cristo, provavelmente sem círculo branco, foi pintada em ambos os lados das asas e também nos lados da fuselagem, o que não era habitual nos aviões da AN. As cores nacionais, sem escudo, cobriam todo o leme de direção. O número de matrícula foi pintado a preto nos lados da fuselagem, perto da cauda.
 Completada a reparação, realizaram-se curtos voos de ensaio. Entretanto, a AN recebeu autorização para utilizar o Sunderland num voo de ida e volta à Guiné, ficando em aberto a possibilidade de viagens a Luanda e a Lourenço Marques.
No dia 8 de Março de 1944 o hidroavião empreendeu a viagem noturna à Guiné. Pouco depois de completadas três horas de voo, quando passava ao largo do Arquipélago das Canárias, o hélice do motor interno direito soltou-se, danificando o hélice do motor externo da mesma asa. Nestas condições extremamente difíceis, com dois motores parados do mesmo lado, regressou penosamente a Lisboa, amarando no Rio Tejo.
 Foi içado para a muralha da AN, no Bom Sucesso, onde se manteve até ser desmantelado e transformado em sucata. Foi abatido ao ativo em 1945.


(a) 
A minha fonte primária (Altimagem.blogspot.pt) refere que a amaragem teria acontecido a  "5 de Março de 1943"  mas está, muito provavelmente, errada nesta questão.Numa pesquisa recente, de onde resultou a foto acima, datada de 1941, podemos verificar um Short Sunderland no que parece ser o estuário do Sado mas em fevereiro de 1941, que teria amarado de emergência durante a grande tempestade que varreu Portugal no dia 15 de fevereiro de 1941, provocando vários mortos e elevados prejuízos materiais.
«Em Setúbal, no Sado, amarou de emergência um “Short Sunderland”, grande hidroavião quadrimotor inglês, com um motor inoperativo. A parte baixa da cidade ficou completamente alagada.» em Salvaterraeeu.blogspot.pt
A Revista da Armada de 20 de julho de 2002 refere também claramente que esta ocorrência se verificou de facto a 15 de fevereiro de 1941.


DESENHOS
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PERFIL
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FONTES
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Altimagem.blogspot.pt (Maio de 2015, adaptado)
Airwar.ru


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