Messerschmitt Bf 109

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ESPECIFICAÇÕES
ANO
1935
PAIS DE ORIGEM
Alemanha
TIPO
Caça
MODELO
Bf.109G-2
TRIPULAÇÃO
1
MOTOR
Daimler-Benz DB 605A ou 605B
PESO MAXIMO (kg)
3200
PESO VAZIO (kg)
2250
ENVERGADURA  (m)
9.92
COMPRIMENTO (m)
8.90
ALTURA (m)
2.6
VELOCIDADE MÁXIMA  (km/h)
650
TECTO MÁXIMO  (m)
12000
RAIO DE ACÇÃO (km)
550 (850 com tanque extra)
ALCANCE (km)

ARMAMENTO
2 metralhadoras MG17 de 7.92mm com 500 tiros cada, sobre o capô
1 canhão MG151 de 20mm com 150 tiros no eixo da hélice
Fonte: Airwar.ru
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GALERIA
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Bf109 E-2
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Bf109 E-7
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 Bf109G-2, JG5, Finlandia, 1943
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Bf109 F-4, JG77, Russia, 1942
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Bf109 E, El Gazala, 1941
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Bf109 G-2 Trop (versão tropicalizada)
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HISTÓRIA
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O Messerschmitt Bf109, por vezes referido incorrectamente de Me 109 (*), foi um caça multi-funções alemão projetado por Willy Messerschmitt e por Robert Lusser durante a década de 1930. A designação "Bf109" foi emitida pelo Ministério da Aviação do Reich e representa a empresa de desenvolvimento Bayerische flugzeugwerke, em 1938 reconstituida como Messerschmitt AG. Foi um dos primeiros caças verdadeiramente modernos, incluindo características como a fuselagem totalmente metalica, cabine de voo fechada e trem de aterragem retráctil, sendo alimentado por um motor V12 invertido com refrigeração líquida.

Poucos debates podem desencadear a tempestade de emoções e a euforia do que a discussão causada pela simples questão "qual foi o melhor caça da Segunda Guerra Mundial". Quais critérios podem definir "o melhor"? Performance? Sucesso em combate? Sr se questionar um veterano ele, invariavelmente, vai eleger o "seu" avião!...

Uma das marcas de um grande caça é a lealdade que ele acaba por adquirir junto dos seus pilotos e estudiosos, alguns exemplos são o Hawker Hurricane, o Supermarine Spitfire, o Grumman F6F Hellcat, o Lockheed P-38 Lightning, o Republic P-47 Thunderbolt,o Focke-Wulk Fw190, o North American P-51 Mustang, o Yakovlev Yak-3 ou o Mitsubishi A6M Zero.

A esta lista devemos inevitavelmente adicionar o Messerschmitt Bf109. Talvez ele não fosse o melhor em termos de performance, e mesmo os seus pilotos admitiriam que ele não era o mais seguro ou mais confortável avião para voar. Mas os resultados que este aparelho obteve em combate, do início ao fim, excelentes.

O homem por detrás desta máquina, Wilhelm Emil ("Willy") Messerschmitt, nasceu em 26 de junho de 1898, em Frankfurt, filho de um comerciante de vinhos. Por volta de 1931, ele era diretor da Bayerische Flugzeugwerke Allgemeine Gesellschaft (BFW), cuja falência seria decretada em 1º de junho daquele ano. Esta resurgiria em 01.05.1933, mas sob a direção de um dos grandes adversários de Messerschmitt; Erhard Milch, que havia se tornado uma figura política de destaque entre os nazis.

Bf108 Taifun
Em meados de 1933 Messerschmitt começou a trabalhar num avião monolugar de transporte leve (4 passageiros), de asa baixa e com trem de pouso retrátil, que ficou concluído em 1934. O Bfw M37, mais tarde redenominado por Bf 108 Taifun, demonstrou uma elevada performance, o que  assegurou à BFW um contrato de produção.

Ainda antes do primeiro vôo do Bf 108, Messerschmitt soube que o Reichsluftfahrtministerium (RLM ou Ministério do Ar) estava a preparar o lançamento de um concurso para um novo caça, que deveria utilizar o motor Junkers Jumo-210 e ser capaz de atingir uma velocidade de 450 km/h.

Embora no início deste concurso apenas Arado, Heinkel, Fieseler e Focke Wulf tenham sido convidadas oficialmente, a intervenção direta de Hermann Göring, garantiu a participação da BFW.

Willy Messerschmitt e seu grupo de projetistas trabalharam para incorporar ao Taifun as alterações necessárias para o tornar um caça monoposto. Nesse meio tempo, enquanto trabalhavam no protótipo, a Alemanha anunciou ao mundo oficialmente a criação da Luftwaffe em 01.03.1935, e, quinze dias depois, Adolf Hitler publicamente renunciou às restrições do Tratado de Versailles, o que abriu caminho para o rearmamento alemão.

O protótipo Bf109 V1 foi completado em agosto de 1935, e os voos de avaliação começaram no centro de testes do RLM em Rechlin, inicialmente utilizando um motor Rolls-Royce Kestrel de 675cv em vez do Jumo.

O Bf109 V2, concluído em outubro daquele ano, já utilizava o motor Jumo 210A e uma fuselagem reforçada. O Bf109 V3, entregue em junho de 1936, foi o primeiro a ser armado com um par de metralhadoras MG 17 de 7,92mm sobre o capô do motor.

Apesar da sua pesada carga alar, que limitava sua manobrabilidade a baixas velocidades, a superioridade do Bf109 era tal que rapidamente desclassificou o Arado Ar 80 e o Focke Wulf Fw 159, restando apenas o Heinkel He-112. Foi feita uma encomenda de dez Bf109 B-0, de pré-produção, mas dois eventos que ocorreram nesta época alterariam definitivamente o destino do avião de Messerschmitt.

Em junho de 1936 o pedido da Real Força Aérea britânica (RAF) para a construção de 600 caças Hawker Hurricane e 310 Supermarine Spitfire, (este último havia voado pela primeira vez em Março de 1936, e possuía características muito semelhantes ao Bf109 V1), foi considerado pelo regime nazi uma ameaça potencial pelo que acelerou os esforços de desenvolvimento do avião alemão.

O armamento introduzido no Bf109 V4 foi aumentado para três MG17.

O outro evento crucial foi a revolta nacionalista em Espanha, sob o comando do General Francisco Franco que solicitou o apoio dos nacionalistas alemães para o envio de uma frota de aviões para o transporte das tropas rebeldes, então (em julho de 1936) isoladas no Marrocos. Era o início da Guerra Civil Espanhola.

Em novembro daquele mesmo ano, voluntários da Luftwaffe foram reunidos na chamada Legião Condor, para lutar pelos nacionalistas de Franco. Por esta altura já a União Soviética tinha enviado pilotos e aeronaves,  Polikarpov I-15 e I-16, (o primeiro caça de asa baixa e trem de pouso retrátil) para ajudar os republicanos. Para desespero inicial dos alemães, ambos os caças soviéticos superavam com facilidade os obsoletos biplanos Heinkel He 51.

Em consequência, a Luftwaffe apressou ainda mais o desenvolvimento do Bf109, enviando sua primeiras unidades de produção em serie para a Espanha, o Bf109 B-1 ( "Berta"), que começaram a deixar as linhas de montagem em fevereiro de 1937.
Bf109 B em Espanha

Os céus da Espanha provariam ser um campo de testes perfeito para se refinar o projeto do Bf109 como um caça, bem como as táticas a serem utilizadas para maximizar seu desempenho.

A primeira unidade operacional que em Espanha recebeu os novos caças, foi o 2º Staffel do Jagdgruppe 88 (2./JGr88),  em março de 1937. Os primeiros voos foram inicialmente marcados por acidentes, mas os pilotos rapidamente aprenderam a superar os desafios inerentes à descolagem e pouso do novo avião, que tendia a tombar sobre sua própria asa esquerda (uma "excentricidade" que permaneceu até a última versão do caça).

Os Bf109 e seus principais rivais, o I-16, eram, a princípio, equivalentes. O Bf109 B era mais rápido em vôo nivelado e em mergulho, enquanto o avião soviético eram melhor em velocidade de ascensão e manobrabilidade. O I-16 era superior ao Messerschmitt até uma altitude de 3000m, mas, acima disso, o caça germânico era imbatível.

Guiado pelas lições aprendidas em Espanha, Willy Messerschmitt produziu uma rápida sucessão de caças melhorados.

O Bf109 C-1, equipado com um motor à injeção de combustível Jumo 210Ga e quatro metralhadoras que chegou à Espanha na primavera de 1938, seguido pelo Bf109 C-2, que introduziu a quinta metralhadora, montada no motor, e disparando pelo cubo da hélice.

O Bf109 D combinava o armamento do C-1 com a motorização do B-1.

A Guerra Civil Espanhola terminaria somente em maio de 1939, com a vitória dos nacionalistas de Franco. O suporte dado pela Legião Condor fora fundamental para seu triunfo, ao mesmo tempo que a Luftwaffe se tinha tornado a Força Aérea com o maior número de pilotos com experiência em combate do mundo ao final dos anos 30. Uma diferença que seria fundamental nos primeiros anos da Segunda Guerra Mundial.

Enquanto isso, experiências com os motores dotados de injecção de combustível da Daimler-Benz ( DB600 e o DB601) demonstraram problemas no sistema de arrefecimento do motor, o que levou à decisão de mudar os dois radiadores das asas do avião, deixando apenas o sistema de arrefecimento de óleo sob a fuselagem. O protótipo V14,  incorporava o motor DB 601A, com uma hélice de três pás que seria característica dos Bf109 até o fim da II Guerra e um armamento melhorado, composto por duas metralhadoras MG17 sincronizadas sob a capota do motor e dois canhões MG FF de 20mm nas asas.
Bf109 E-7 

O resultado foi colocado em produção no início de 1939 sob a denominação de Bf109 E-1.

Pouco depois do Bf109 E-1 ter entrado em produção, foi desenhada uma versão naval com a envergadura aumentada, estrutura reforçada e um gancho de pouso denominado Bf109 T, que se destinava para ser usado a bordo do porta-aviões "Graf Zeppelin". O projeto foi interrompido quando a construção do navio foi suspensa em 1940, mas algumas unidades do T-1 e de sua variante caça-bombardeiro T-2, foram utilizadas em bases terrestres até o verão de 1942.

 Quando a Alemanha invadiu a Polônia em 1º de setembro de 1939, dando início à Segunda Guerra Mundial a Luftwaffe dispunha de 946 Bf109 operacionais. Além destes, cerca de 300 Bf109 E tinham sido  exportados para a Suíça, Jugoslávia, Roménia e Espanha entre abril de 1939 e abril de 1940.

Bf109 E-2
Os Bf109 E estiveram à frente das ofensivas alemãs contra a Dinamarca, Noruega, Bélgica, Holanda e França em 1940, superando oponentes como o Fokker D.XXI holandês, o Morane-Saulnier MS.406 francês e o Hawker Hurricane britânico.

O Bf109 encontraria um adversário à altura sobre as praias de Dunquerque em maio de 1940, quando encontraram pela primeira vez o Spitfire da RAF. A rivalidade entre estes dois caças continuaria ao longo da Batalha da Inglaterra e durante toda a guerra, o Messerschmitt tinha a vantagem de uma melhor performance às grandes altitudes, bem como um melhor desempenho graças ao motor dotado de injeção de combustível, que permitia um funcionamento mesmo em vôo invertido, o que não era muito recomendado nos Spitfires movidos pelo motor Rolls-Royce Merlin. A manobrabilidade do caça britânico era um pouco melhor, mas a grande desvantagem do Bf109 era a sua reduzida autonomia de vôo. Após 20 ou 30 minutos de vôo sobre um alvo situado na Inglaterra, um piloto alemão teria que regressar a base, caso contrario ficaria sem combustível para conseguir regressar ao outro lado do Canal da Mancha.

No final de 1940, foi testado o Bf109 F-0 "Fritz" que seria o modelo definitivo. Utilizava um motor DB601N de 1.200cv e como armamento dispunha de um canhão MG FF de 20mm no cubo da hélice e duas metralhadoras MG17 de 7,92mm sob a capota do motor e alcançou o status operacional em janeiro de 1941. A versão F-2  substituiu o MG FF por um canhão com maior cadência de tiro MG 151 de 15mm, enquanto o F-3 (início de 1942) seria equipado com o novo motor DB601E  que  lhe permitiu atingir uma velocidade de 628 km/h a 6.700m.
Bf109 F-4, JG77, Russia, 1942

O Bf109 F "Fritz" surgiu no exato momento em que o Spitfire Mk.V estava a superar o Bf109 E nos duelos sobre o Canal da Mancha que se seguiram à Batalha da Inglaterra, e restabeleceu a superioridade sobre o caça britânico, especialmente a grande altitude. Os Bf109 F-4/B, seriam equipados com suporte para uma bomba SC250 (de 250kg), e frequentemente efectuavam operações relâmpago sobre alvos em Inglaterra. As variantes Bf109 F-4 Trop, receberam filtros especiais para proteger os motores da areia e poeira do deserto, que lhes permitiram operar nos teatros do Mediterrâneo e Norte da África.

Na série seguinte foi introduzido o novo motor DB605A de 1475cv tendo a versão G-1, "Gustav", entrado ao serviço no final do verão de 1942. O primeiro "Gustav" tinha como armamento básico um canhão MG151/20 de 20mm e duas metralhadoras MG17 de 7,92mm. No G-5, as duas metralhadoras MG131 de 13mm substituiram as MG17, e como o novo armamento requeria uma culatra maior, foram introduzidas "bolhas" na carenagem do motor para acomodar as MG131. O G-5 recebeu também o motor DB 605D, com uma injeção de água e metanol (MW-50), que possibilitava um pico de potência de 1800cv em emergências.

O "Gustav" foi o mais produzido de todos os Bf109, com uma produção que atingiu as 725 unidades por mês em julho de 1943 e o total de 6.418 aeronaves até final do ano.
Bf109 G-2, Finlandia, 1943

Apesar dos ataques dos Aliados contra as indústrias alemãs, a produção do Bf109 em 1944 alcançou o total de 14.212 aeronaves. Além disso, a Hungria e a Romênia também o produziram sob licença por algum tempo.

Embora, por esta época (1943-44), o seu tempo como um caça de primeira linha já tivesse passado, o Bf109 G permaneceria um adversário respeitado até o fim do conflito. Em meados de 1943 os Aliados estavam a começar a operar caças iguais ou melhores que o Bf109 G, o Spitfire Mk.IX e XIV, o P-51B Mustang, o P-47D Thunderbolt e o Yak-9D. 

À medida que a guerra virava contra os alemães, o Bf109 G ia incorporando uma variedade de armamentos desenvolvida especificamente para enfrentar os bombardeiros Aliados.

A variante final foi o Bf109 K ("Kurfürst"), que utilizava um motor DB605ASCM/DCM, com  injeção de metanol MW-50. O armamento padrão consistia num canhão Rheinmetall-Borsing Mk103 ou Mk108 de 30mm disparando através do cubo da hélice, e dois canhões de 15mm MG151 sobre o motor. Sua velocidade máxima era de 723 km/h a uma altitude de 5.900m.
Canhão MK103

O Bf109 K teve o seu batismo de fogo na Operação Bodenplate  iniciada no dia 1 de janeiro de 1945, contudo apenas estava disponível em reduzidas quantidades e neste momento da guerra a  Luftwaffe já tinha perdido totalmente a superioridade aérea face aos modernos caças aliados disponíveis em muito maior numero do que qualquer aeronave da agonizante Luftwaffe. 


Poucos dos 33.984 Bf109 de fabrico alemão sobreviveram à guerra.No início dos anos 90, menos de seis encontravam-se preservados em museus em todo o mundo ocidental. Com a queda da Cortina de Ferro, uma onda de restaurações tornou-se possível devido à grande quantidade de destroços recuperáveis situados na Rússia e Leste Europeu. Atualmente existem cinco Bf109 em condições de vôo .




(*) Nota:
A designação do avião mudando as iniciais de Bf para Me, tem causado muita confusão e controvérsia entre os historiadores há décadas. Esta mudança refletia a compra por  Willy Messerschmitt da maioria do capital da BFW,  no final de 1938, e a consequente medança de deseignação da empresa para Messerschmitt AG. Assim todas as demais criações da Messerschmitt, a partir do Bf109 E e Bf 110 C, usariam o prefixo "Me". Contudo, muitos historiadores e estudiosos utilizam o antigo prefixo Bf quando se referem a qualquer um destes três modelos, não importando a versão, deixando o "Me" para os projetos posteriores: Me 262, Me 163, Me 210, etc...

Willy Messerschmitt, sobreviveu a guerra tendo falecido na antiga Alemanha Ocidental, em 1978, aos 80 anos de idade.

EM PORTUGAL
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DESENHOS
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PERFIL
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FONTES
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História da Luftwaffe 1939-45
Wikipedia.org
Ultima revisão em 2015-11-12
VER TAMBÉM
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Wings of the Luftwaffe - Bf-109



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