Gloster Gladiator

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ESPECIFICAÇÕES
ANO
1935
PAIS DE ORIGEM
Reino Unido
TIPO
Caça
MODELO
Mk II
TRIPULAÇÃO
1
MOTOR
Bristol Mercury VIII
PESO MAXIMO (kg)
2206
PESO VAZIO (kg)
1562
ENVERGADURA  (m)
9.83
COMPRIMENTO (m)
8.36
ALTURA (m)
3.53
VELOCIDADE MÁXIMA  (km/h)
414
TECTO MÁXIMO  (m)
10211
RAIO DE ACÇÃO (km)
714
AUTONOMIA (h)

ARMAMENTO
4 metralhadoras Browning M1919 de 7.7mm (duas nas asas inferiores e duas na fuselagem)
GALERIA
1º prototipo do Gladiator, 1935

Sea Gladiator Mk I,  Malta, 1940

Legionarios protegendo os Gladiators do 94º Sqn RAF, 1932

Gladiator Mk II Finnish Air Force, 1940-41.

Gladiator Mk.II 3 Sqn, Helwan, Egipto, 1940

Gladiator e Hurricane ,The Shuttleworth Collection

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HISTÓRIA
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O Gloster Gladiator foi o último caça biplano da RAF. Ele apareceu num momento em que monoplanos já estavam a eclipsar os biplanos, quando a Gloster decidiu a titulo privado o desenvolvimento do Gloster Gauntlet levando o conceito de caça biplano ao pico da perfeição técnica. A habilidade e determinação de seus pilotos, permitiu que o Gladiator adquirisse uma certa reputação de guerra mas quando chamado a envolver-se com aviões de combate modernos, a sua concepção obsoleta foi cruelmente exposta.

No final de 1931 o Ministério da Aeronáutica emitiu um pedido para um caça com as seguintes especificações:
- velocidade  superior a 402 km/h (superior a velocidade do mais recente caça da RAF o Hawker Fury,
- armamento composto por 4 metralhadoras,
- preferência expressa para a utilização do motor Goshawk Rolls-Royce V-12


O Ministério da Aeronáutica sentia a necessidade urgente de encontrar um caça que no imediato suprisse a falta deste tipo de aeronaves no período em que os projetos em curso dos futuros Hurricane e Spitfire não estivessem disponíveis.

A Gloster propôs uma aeronave baseada no Gauntlet com uma unidade de cauda redesenhado, Motor Bristol Mercury Mk.VIII, um cockpit fechado, e armada com 4 metralhadoras Browning M1919 de 7.7mm (duas nas asas e duas na fuselagem). Em 01 de julho de 1935 a atribuição do nome do Gladiator foi oficialmente anunciado, e feita uma encomenda inicial de 23. Em setembro 1935 foi feita uma segunda encomenda para 180 aeronaves.

O Gladiator Mk I, com hélice de duas lâminas em madeira, voou em janeiro de 1937, e o 72º esquadrão em Tangmere recebeu a sua primeira aeronave no dia 23 de fevereiro de 1937. O último Mk I para a RAF foi entregue no final de 1937.

O Gladiator Mk II, foi equipada com o motor Mercury Mk IX e uma hélice de três pás em metal ficou disponível no inicio de 1938 mas por esta altura os esquadrões da RAF começaram a ser reequipados com os novíssimos Hurricane e Spitfire .

No final de 1937, a Royal Navy tinha começado a mostrar interesse em uma versão bordo do Gladiador II como um substituto para o Hawker Nimrod. Como medida de emergência, alguns Gladiators da RAF foram adaptados e transferidos para a Royal Navy com a designação de Sea Gladiator . Tendo os primeiros embarcado no HMS Courageous ( 801º Esquadrão) em março 1939.

Quando a Segunda Guerra Mundial começou em setembro de 1939, apenas quatro esquadrões de combate baseado no Reino Unido ainda estavam equipados com Gladiators.

Em abril de 1940, o 263º esquadrão foi enviado para a Noruega para ajudar as forças britânicas contra a invasão alemã. Os poucos sobreviventes embarcaram em HMS Glorious que foi posteriormente destruido pelos cruzadores de batalha alemães Scharnhorst e Gneisenau.

Apenas o esquadrão 247º baseado em Roborough voou oficialmente em Gladiators durante a Batalha da Inglaterra, voo em muitas patrulhas mas nunca viu qualquer combate durante a Batalha.

Quando a Itália entrou na guerra em junho de 1940, os Gladiator equipavam os 33º e 80º esquadrões no Egipto, e o 94º em Aden. O Gladiator provou ser eficaz contra o Fiat CR.42 ajudou a repelir a invasão italiana do Egipto e a derrotar as forças italianas na África Oriental. Os Gladiators continuaram a servir no deserto ocidental ao longo de 1941, mas finalmente desapareceu de serviço de linha de frente, em janeiro de 1942.

Em Malta a Royal Navy tinha estacionados alguns de Sea Gladiators reabastecimento dos esquadrões a bordo de porta-aviões, quando necessário. Durante 10 dias (de 11 a 21 de junho) os Sea Gladiators foram a única defesa aérea da ilha, antes da chegada dos Hurricane. Os italianos efectuaram três ataques aéreos á ilha durante este período.

Os Gladiators dos 80º e 112º esquadrões participaram na campanha grega, mas não estavam a altura da Luftwaffe quando esta se juntou à batalha

Os Gladiators foram exportados para vários países tendo entrado em alguns combates:
- na China onde foram usados contra os Japoneses, na defesa de Siuchow em 1938;
- na Suécia onde foram usados ao lado da Força Aérea da Finlândia na Guerra de Inverno de 1939-40, contra os russos, tendo destruído seis bombardeiros e seis caças, nos 62 dias que estiveram em ação, perdendo apenas 3 Gladiator;

Muitos Gladiators foram fornecidas para as forças aéreas aliadas, incluindo a Grécia, África do Sul , Egipto e Portugal, onde permaneceu em uso até 1953 para treino avançado de pilotos.

Hoje o único Gladiator em condição de voo é agora mantido e preservado pela Shuttleworth Collection em Old Warden, Bedfordshire.

EM PORTUGAL
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A Aeronáutica Militar (A.M.) recebeu o primeiro grupo de 15 aviões Gloster Gladiator Mk II em Setembro de 1938, transportados por via marítima e montados nas Oficinas Gerais de Material Aeronáutico (OGMA), com os quais se formou uma Esquadrilha de Caça na Base Aérea da Ota. Foram numerados de 450 a 464, desconhecendo-se os serial number que a RAF lhes atribuiu. Em Outubro de 1939 chegaram mais 15 Gloster Gladiator Mk II, que constituíram a Esquadrilha de Caça da Base Aérea de Tancos. Receberam a numeração de 465 a 479. Tinham os serial number da RAFde N 5835 a N 5849.

Aproveitando o grande poder de manobra dos Gloster Gladiator, constituíram-se algumas patrulhas acrobáticas com quatro aviões que deram brado na época, exibindo-se com grande virtuosismo.
Estavam pintados em verde-azeitona na fuselagem e planos superiores das asas, e de azul claro nas superfícies inferiores. Ostentavam a Cruz de Cristo, sobre círculo branco, distribuídas pelo extra-dorso das asas superiores e pelo intradorso das inferiores. A bandeira nacional, com escudo, estava no centro do leme de direcção. A numeração estava pintada lateralmente na fuselagem, em algarismos brancos, e nos no intradorso das asas inferiores, entre a fuselagem e a insígnia da Cruz de Cristo, em algarismos pretos.

Os aviões da Esquadrilha de Caça da Base Aérea de Tancos ostentavam na fuselagem, entre a matrícula e as asas, o galgo amarelo, símbolo da Base. 

Em 1941, durante a II Guerra Mundial, apresentou-se a necessidade da defesa aérea do Arquipélago dos Açores, sendo esta missão incumbida aos Gladiator.
Assim, a Base de Tancos organizou a Esquadrilha Expedicionária de Caça Nº 1 (EEC1), deslocando os 15Gladiator para a Ilha de São Miguel, ficando instalados noAeródromo de Rabo de Peixe a partir de 8 de Junho de 1941. Mantiveram o símbolo da Base de Tancos pintado na fuselagem.

Do mesmo modo, a BA2, Ota, formou a Esquadrilha Expedicionária de Caça Nº 2 (EEC2), também com 15 aviões, que seguiram para a Ilha Terceira, onde chegaram em 13 de Junho de 1941, instalando-se nas Lajes. Esta Esquadrilha adoptou para distintivo um mosquito com luvas de boxe, que passou a ostentar na fuselagem dos aviões. 

As missões das Esquadrilhas consistiam, para além do treino operacional, em voos de reconhecimento meteorológico, reconhecimento de navios de guerra e comboios marítimos e de patrulhamento aéreo, estas prevendo a violação do espaço aéreo nacional por aviões alemães. Na realidade, as ilhas foram várias vezes sobrevoadas em voos rasantes, inclusive o Aeródromo das Lajes, por aviões alemães Focke Wulf Fw-200 Condor. Os Gladiator tentaram algumas intercepções, sem sucesso, dadas as suas modestas performances.

A EEC1 regressou a Tancos em Julho de 1944 e a EEC2regressou à Ota em meados de 1946.
Entre 1948 e 1950 foi retirada de serviço uma quantidade significativa de Gladiator. Os sobreviventes foram utilizados naBA2 e na BA3 para treino de acrobacia dos pilotos de caça.
Em 1952, os Gladiator da BA2 são transferidos para a BA3, formando uma única Esquadrilha. Foram sendo retirados do serviço progressivamente, processo que terminou em 1953.

Os Gloster Gladiator foram os aviões de caça que asseguraram a defesa aérea do território nacional entre 1938 e 1941. Os Curtiss Mohawk, recebidos em 1941, e depois os Spitfire e os Hurricane, vieram relegá-los para segundo plano. Os pilotos referem com entusiasmo a sua capacidade de manobra, dando a devida ênfase ao facto de permitirem a execução de tonneaux a subir na vertical, o que na época era uma raridade.

Quando foi criada a Força Aérea Portuguesa (FAP), em 1952, restava um número muito reduzido de Gloster Gladiator Mk II na BA3 que ainda não tinha sido abatido ao efectivo.Apesar disso, a FAP reservou-lhes as matrículas do bloco 4100, que nunca chegou a ser aplicado.O processo de abate completou-se em 1953, sem que a FAP os tenha utilizado.


Texto de:
"Aeronaves Militares Portuguesas no Século XX" - Adelino Cardoso - Edição ESSENCIAL, Lisboa, 2000.

DESENHOS
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PERFIL
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FONTES

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Gloster Gladiator K7985


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