Focke-Wulf Fw 190

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ESPECIFICAÇÕES
ANO
1939
PAIS DE ORIGEM
Alemanha
TIPO
Caça multifunções
MODELO
Fw 190 A-8
TRIPULAÇÃO
1
MOTOR
BMW AP-801D-2 (radial)
PESO MAXIMO (kg)
4900
PESO VAZIO (kg)
3475
ENVERGADURA  (m)
10.5
COMPRIMENTO (m)
8.95
ALTURA (m)
3.95
VELOCIDADE MÁXIMA  (km/h)
652
TECTO MÁXIMO  (m)
10300
RAIO DE ACÇÃO (km)
800 (1500 com tanques suplementares)
ALCANCE (km)

ARMAMENTO
2 metralhadoras  MG-131 de 13 mm na fuselagem,
4 canhões MG-151/20 de 20 mm, nas asas
suporte UZ ventral ETC-501 para uma bomba ou tanque de combustivel, ou
adaptador SC-250, ou
ER-4 para quatro bombas SC-50, ou
4 suportes ETS-50 para bombas de 50 kg
GALERIA
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Fw 190 A-1
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Fw 190A-8 R2
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Fw 190F-8 National Air Space Museum
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Fw 190 G-1 com bomba de 250 kg
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Fw 190D9, JG6, 1945
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Fw 190A-4
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HISTÓRIA
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Durante os anos em que a Luftwaffe e a RAF lutaram pelo controle do Canal da Mancha, principalmente entre 1941 e 1944, pôde-se observar uma verdadeira corrida tecnológica entre ingleses e alemães para desenvolver aviões melhores e mais versáteis, verdadeiras máquinas de guerra que seriam comandadas pelos mais hábeis pilotos de ambos os lados. Os britânicos apostaram no seu venerável Spitfire. Os alemães vieram, em 1941, com o novíssimo Focke-Wulf Fw 190, apelidado de "Würger" . 

Foi uma descoberta desagradável para os pilotos da RAF que haviam conseguido conter a Luftwaffe durante a Batalha da Inglaterra mas, agora, eram novamente obrigados a enfrentá-la. Contudo, não tinham previsto o aparecimento de uma nova e surpreendente aeronave, o Fw 190. 

Os novos caças alemães com motor radial, ultrapassaram facilmente os Spitfire Mk V. Possuíam a mesma manobrabilidade dos aviões britânicos mas eram muito mais rápidos. Por fim, quando a RAF conseguiu capturar um exemplar, em 1942, percebeu-se que as más notícias ainda estavam para chegar. Com efeito, o Fw 190 mostrou-se mais veloz do que qualquer caça britânico ou norte-americano e, com quatro canhões e duas metralhadoras pesadas, a ágil "Ave de Rapina" alemã podia destruí-los com muita facilidade. As suas reduzidas dimensões e notável manobrabilidade eram ideais para um caça, bem como a grande visibilidade que o cockpit permitia. Era consideravelmente robusto e o trem de aterrassagem, de bitola larga, permitia-lhe operar mesmo em pistas improvisadas. Foram precisos dois preciosos anos para que os Aliados conseguissem superar o novo caça da Luftwaffe. 

Hoje em dia o Focke-Wulf Fw 190 é visto, ao lado do Supermarine Spitfire, Vought Corsair e do North American Mustang como um dos melhores caças da Segunda Guerra Mundial. 

Ironicamente, aquele que seria visto como o melhor caça alemão do conflito teve um início de carreira onde era apenas uma solução alternativa para o uso de motores radiais - sendo quase um projeto desacreditado.

Isto porque, embora tivesse sido desenvolvido como o sucessor do Messerschmitt Bf 109, as autoridades do Oberkommando der Luftwaffe (OKL) nunca acreditaram que ele pudesse superar o sucesso operacional alcançado pelo avião de Willy Messerschmitt. Mas o tempo provaria que eles estavam absolutamente equivocados. 

Projetado em 1937 pelo lendário Kurt Tank para substituir a primeira geração de caças Bf 109, o projeto previa a utilização de dois motores: em linha ou radiais. 

Os dois primeiros protótipos voaram em 1º de junho de 1939 sob comando de Hans Sander, e tinham uma carenagem aerodinâmica para reduzir o arrasto, o que foi logo descartado pois causava superaquecimento do motor. 

Fw 190 A-1 

Devido à pequena oferta de motores em linha, rapidamente optou-se pela utilização dos radiais, sendo que a escolha final recaiu sobre o BMW 801 de 14 cilindros e refrigeração forçada por ventoinha. Após alguns testes efetuados com nove Fw190A-0 de pré-série, decidiu-se ampliar o tamanho de suas asas, que passaram de 15m² para 18,30m².
Fw 190A-1

Os testes evoluíram por todo ano de 1940, sendo que os pilotos da Luftwaffe se mostraram eufóricos com o novo caça, alertando apenas que seu armamento, de quatro metralhadoras MG17 de 7.92 mm, era demasiadamente fraco. De qualquer forma, a produção de 100 aparelhos A-1 iniciou-se em Hamburgo e Bremen, sendo concluída no final de maio de 1941. Esses aviões já estavam equipados com o motor BMW 801C de 1600 HP, que o fazia atingir a velocidade de 624 Km/h.

Fw 190 A-2 

As primeiras unidades foram entregues ao 6º Staffel da Jagdgeschwader 26, baseado em Le Bourget, sendo que travaram seus primeiros combates contra os Spitfire V no mês seguinte. Os novos caças mostraram-se superiores, mas as críticas ao armamento levaram ao surgimento da versão A-2, equipada com dois canhões MGFF de 20 mm nas asas e duas MG17 sob o capô do motor, atingindo 614 Km/h. 

O batismo de fogo da nova versão, ocorreu durante a chamada Operação Donnerkeil-Cerberus, também conhecida como a Corrida do Canal, em 12 de fevereiro de 1942. Nesta missão os 190 do II e III Gruppen do JG26,forneceram cobertura para os couraçados Scharnhorst e Gneisenau e para o cruzador Prinz Eugen, enquanto navegavam do porto francês de Brest em direção aos ancoradouros de Kiel e Wilhelmshaven. A despeito disso implicar em navegar em pleno Canal da Mancha sob ataque constante da RAF, a missão foi um sucesso retumbante com todos os navios chegando ao seu destino. No final de março a JG26 já encontrava-se totalmente equipada com essa nova versão, o que levou os ingleses ao desespero.
Fw 190A-3, JG1,Holanda, 1942

Fw 190 A-3 

A produção do Fw 190 foi acelerada, envolvendo oito empresas, além da Focke-Wulf, na sua produção. Em março surgiu a versão A-3, equipada com motor BMW 801D-2, que desenvolvia 1700HP, e trazia um armamento de quatro canhões 20 mm e duas metralhadoras de 7.92 mm. Além de equipar a JG26, o A-3 também foi entregue a JG2 "Richthofen". 

Fw 190A-4 

Em 19 de agosto de 1942, os ingleses fizeram a primeira tentativa de invasão da Europa, em Dieppe (França). Essa batalha marcou a estreia dos novos Spitfire IX e Hawker Typhoon. Entretanto, a Luftwaffe tinha prontos cerca de 200 Fw 190A-4, equipados com motor BMW 801D-2 com injeção de água, que elevava sua potência para 2100 HP e sua velocidade máxima para 670 Km/h. Além disso, já estava em serviço a versão A-3/U1 que podia transportar bombas.

O resultado não poderia ter sido mais catastrófico para os britânicos. Além do desembarque ter sido repelido, a RAF perdeu 106 aviões, 97 dos quais abatidos pelos Focke-Wulf. 

Fw 190A-4
As adaptações continuaram e, antes do fim de 1942, foi fabricada ainda a versão A-4/U8, armada com uma bomba de 500Kg e utilizadas em ataques diurnos de baixa altitude. A versão A-4 também foi a primeira variante a ser enviada em quantidades significativas para frente russa, onde chegou no final de 1942. Ao longo daquele ano, mais de 1.900 Fw 190 haviam sido entregues à Luftwaffe.

Fw 190A-5

No início de abril de 1943 apareceram os Fw 190A-5, com os berços do motor alongados em 15 cm, visando aumentar sua resistência e reduzir a vibração do Fw 190A-4, com tanques descartáveis sob as asas e uma bomba de 500 kg . A variação mais importante foi o A-5/R6, capaz de levar dois lança-foguetes WGr21 de 21cm sob as a-sas, cujo alvo principal eram as crescentes formações de bombardeiros B-17s e B-24s. Já a versão A-5/U2, transportava uma bomba de 500Kg e a versão A5/U12 era equipada com seis canhões MG151/20 de 20 mm.

Fw 190A-6

Em meados de 1943 surgia a versão A-6, que possuía uma blindagem mais reforçada, um novo projeto das asas para aliviar sua estrutura, bem como quatro canhões de 20 mm nas asas e duas MG17 no nariz. Foi especificamente desenvolvida para operações na frente oriental, sendo capaz de aceitar vários kits de conversão. Dentre esses, podemos citar a versão A-6/R1 que tinha seis canhões de 20mm em módulos sob as asas; e o A-6/R6 que tinha quatro canhões MK108 de 30mm tornando-o o monoposto mais bem armado de toda guerra. Isso sem falar na versão A-6/R4, equipada com motor BMW 801TS (turbo alimentado) que o leva a 683 Km/h a 10.500 m de altitude. As versões caça-bombardeiro do A-6 ainda podiam carregar uma bomba de 1000Kg. A maior vitória da variante A-6 ocorreu durante o mês de outubro de 1943, quando impuseram perdas catastróficas aos bombardeiros da 8ª Força Aérea americana que atacavam as cidades de Regensburg e Schweinfürt em pleno dia: dos 228 aviões enviados, 79 foram destruídos e 121 severamente danificados. Os americanos só conseguiriam restabelecer o equilíbrio, quando os caças P-51 Mustangs passaram a escoltar os bombardeiros até o centro da Alemanha. 

Fw 190A-7

A versão A-7 surgiu com um par de canhões de 20 mm na carnagem do motor, além das várias combinações de armamento nas asas. Mas apenas 80 unidades desta versão foram entregues, até o surgimento da variante A-8, que seria a última a empregar a fuselagem curta. 

Fw 190A-8

Fw 190 A-8
O A-8 era similar a sua versão anterior em quase todos os aspectos, mas possuía umas poucas mudanças internas que buscavam aumentar sua performance. Essas mudanças consistiam na incorporação de uma injeção GM-1 de Óxido Nitroso ou um tanque adicional de combustível localizado abaixo do cockpit. A série A-8 seria aquela que permaneceria em produção até o advento do D-9 no verão de 1944. 

Fw 190D-9

Inicialmente visto como um substituto temporário pelo próprio Kurt Tank enquanto ele não completava o desenvolvimento daquele que seria o Ta152, o "D-9" acabou convencendo até os mais céticos de que era um adversário feroz até mesmo para o Mustang e o Spitfire. 

Recebeu a designação "D" devido ao abandono das séries B e C, e o número "nove" decorre do fato de que ele sucedeu ao A-8, mas ficaria conhecido por todos na Luftwaffe simplesmente como "Dora-Nove". Frequentemente era designado pelos pilotos aliados de “Long Nose” (nariz comprido). 

Fw 190 D-9
Equipado com um motor Junkers Jumo 213A, que possuía 12 cilindros em linha e era refrigerado à água por um radiador circular, o D-9 utilizava a fuselagem básica do A-8, mais alongada para abrigar o novo motor; ao todo o comprimento do avião passou de 8,84m para 10,20m. Embora tenha feito seus primeiros vôos em meados de 1942, a versão definitiva somente chegaria às primeiras unidades de combate em agosto de 1944. 

A versão padrão do D-9 que se tornaria o melhor caça a pistão a ser entregue a Luftwaffe possuía dois canhões de 20 mm nas asas e duas metralhadoras de 13 mm no capô, tinha ainda capacidade de levar um suporte de bombas ETC504 (para artefactos de fragmentação). O seu motor permitia-lhe atingir a velocidade máxima de 704 Km/h a um teto de serviço máximo de 10.000 m. As primeiras unidades foram entregues ao III/JG 54 "Grünherz", baseados em Achmer. Sua primeira tarefa foi oferecer cobertura para os modernos caças Me 262 do Kommando Nowotny durante pousos e decolagens, momento em que os poderosos jatos eram mais vulneráveis. Várias outras variantes do Fw 190D foram fabricadas, mas muito poucas foram entregues às linhas de frente.

Os Fw 190 continuaram a voar até o último dia de guerra, 08 de maio de 1945, tendo sido considerado o melhor caça a pistão da Luftwaffe durante a Segunda Guerra Mundial. 

Entretanto, os franceses encontraram vários aparelhos em diversos estágios de produção no seu território, após o final da guerra. Um consórcio denominado SNCASO iniciou a produção da versão A-5, e até o final de 1946 entregou 64 unidades, que foram empregadas pela Força Aérea Francesa até quase o final da década de 40.

EM PORTUGAL
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DESENHOS
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PERFIL
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FONTES

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Ultima revisão em 04-01-2016




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