Mitsubishi A6M Reisen (Zero)

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O Mitsubishi A6M Zero foi o principal caça da marinha japonesa durante toda a Segunda Guerra Mundial, conhecido entre os aliados pelo nome de codigo Zeke, tornou-se vulgarmente conhecido por Zero e ganhou reputação de invencível no início da participação nipónica no conflito, com poder de manobra, alcance e razão de subida inigualáveis por qualquer caça ocidental, tanto de terra quanto embarcado.
O Zero foi também famoso por ter sido o principal avião utilizado pelos Kamikazes, sendo considerado ainda hoje uma obra de engenharia que marcou o início da tecnologia de alta precisão japonesa.
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Ano
1939
Pais de Origem
Japão
Função
Caça
Variante
A6M-2
Tripulação
1
Motor
Peso (Kg)
Vazio
1680
Máximo
2796

Dimensões (m)
Comprimento
9,06
Envergadura
12,00
Altura
3,05

Performance (Km)
Velocidade Máxima
525
Teto Máximo
10000
Raio de ação
3050
Armamento
2 x metralhadoras "Tipo 97" de 7.7 mm na fuselagem
2 x canhões "Tipo 99" de 20 mm nas asas
Países operadores
Japão
Fontes
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GALERIA
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A6M2 Tipo 21 em  Rubaul  1944.
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A6M2 no porta-aviões Akagi, 1941
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A6M3 de Hiroyoshi Nishizawa1943
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A6M2 tipo 21
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A6M2 capturado, em teste
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HISTÓRIA
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Embora insuperável no combate individual, os aliados ainda em 1942 desenvolveram táticas de combate aéreo em grupo que cedo começaram a anular tal vantagem. E logo que modelos aliados equivalentes ou mais aperfeiçoados começaram a entrar em serviço ao final de 1943, foi superado, sendo porém mantido como principal caça nipônico na linha de frente. 

A6M2 Modelo 21 (EII-102)
Baseados na experiência do A5M introduzido em 1937, e utilizado na invasão da Manchúria na China a Marinha Imperial Japonesa apresentou os requisitos para uma nova aeronave com velocidade de 600 km/h, capaz de subir até aos 3000 m em 3.5 minutos e uma autonomia de voo de 6 a 8 horas a velocidade de cruzeiro ou 2 horas a velocidade máxima. Deveria ser armada com dois canhões de 20mm, duas metralhadoras de 7.7 mm, transportar duas bombas de 60 kg e ser equipado com radio utilizável para navegação de longo alcance. A manobrabilidade da aeronave deveria ser equivalente a do A5M. A Nakajima considerou estes requisitos inatingíveis e por isso saiu da competição. Jiro Horikoshi, projetista chefe da Mitsubishi considerou que os requisitos eram alcançáveis apenas se a aeronave fosse tão leve quanto possível. Foram consideradas todas as opções para reduzir o peso da aeronave, sendo a maior parte dela construída numa liga secreta de alumínio desenvolvida pela Sumitomo Metal Industries em 1936 e designada de Extra Super Duralumin (ESD). Como esta liga era menos resistente a corrosão era aplicada uma pintura anti corrosão após o fabrico. A aeronave foi também projetada sem qualquer blindagem de proteção do motor e órgãos vitais ou da cabine do piloto. Também os tanques de combustível não dispunham de auto-selantes, que já eram comuns nas aeronaves de combate da época.

Estas opções tornaram o Zero a aeronave monomotor mais leve, manobrável, e com maior autonomia da 2ª Guerra Mundial, mas em contrapartida a privação de blindagem em relação à cabine do piloto e ao tanque de combustível, tornava-o extremamente vulnerável ao fogo inimigo, vulnerabilidade, típica de vários modelos de aviões de combate japoneses, que foi responsável pela morte de muitos pilotos que ao longo do conflito fizeram falta pela sua quantidade e experiência em momentos críticos da guerra.

Em determinada altura foi alegado que o Zero teria sido largamente influenciado por aeronaves americanas e componentes exportados para o Japão durante o ano de 1930 em particular o caça Vought V-143 cujo protótipo e planos tinham sido vendidos pela Chance Vought, porém essa alegações caíram rapidamente em descrédito.
A6M2 Zero Modelo 21 a bordo do porta-aviões Shokaku.

O protótipo da aeronave, A6M1, foi concluído em Março de 1939, com motor radial de 780 hp Mitsubishi Zuisei 13 e em setembro foi aprovado pela Marinha, com apenas algumas mudanças no propulsor para reduzir as vibrações.

A versão seguinte A6M2, (Modelo 11) foi equipado com o motor de 940 hp Nakajima Sakae 12 o que, apesar da relutância inicial, provou melhorar bastante a performance da nave, ultrapassando mesmo as especificações originais. Os primeiros foram completados em janeiro de 1940. Após a produção de 65 aeronaves foram alteradas as linhas de montagem para melhorar a produção em massa da aeronave de onde resultou o Modelo 21. O A6M2 era armado com dois canhões de 20mm Type 99-2 Mark 3 com 100 tiros, nas asas e duas metralhadoras de 7.7mm Type 97 montadas no nariz.

Nakajima A6M2-N
A aeronave foi produzida pela Mitsubishi e pela Nakajima juntamente com dois subtipos da aeronave o A6M2-K de instrução, e o A6M2-N (código aliado de "Rufe").O A6M2-N foi desenvolvido pela Nakajima em resposta ao pedido em 1941 para desenvolver um caça equipado com flutuadores a partir do caça naval A6M2, para fazer face a incapacidade dos nipónicos de construir todos os aeródromos ou porta-aviões necessários para cobrir as vastas áreas sob domínio japonês no Pacifico. A Nakajima retirou o trem de aterragem standard e substitui-o por flutuador central suportado por um suporte principal ligado a parte inferior da fuselagem logo abaixo da frente do cockpit e um suportes em V ligado a fuselagem abaixo do cockpit. Sob a parte exterior de cada asa foram instalados flutuadores estabilizadores. O armamento standard foi mantido e protótipo voo em 7 de dezembro de 1941 (o dia do Ataque a Pearl Harbor), entrando de seguida em produção (a produção desta aeronave atingiria as 327 unidades tendo cessado em 1943). Os A6M2-N foram utilizados na Batalha do Mar de Coral junto as Ilhas Lusiadas e posteriormente no final da guerra na defesa contra os bombardeamentos americanos ao Japão, no entanto apesar de os pilotos aliados descreverem que a aeronave apresentava uma notável manobrabilidade, o seu uso teve muito pouco sucesso.

A versão A6M3, (Modelo 32) surgiu em abril 1942 como adaptação ao novo motor Nakajima Sakae 21 mais potente com 1.130 hp melhorando a performance em altitude. Trazia alterações nas asas mas concluiu-se ter uma pior performance geral e por isso foi produzido durante um pequeno período. Devidas às deficiências produziu-se o A6M3, Modelo 22 que eliminava as deficiências do anterior e que a Mitsubishi designou de A6M3b.

A6M2 Modelo 21 decolando do
porta-aviões Akagi em 26 de Outubro de 1942
durante a Batalha das Ilhas de Santa Cruz.
Depois do fracassado A6M4 Modelo 41 (apenas projetado) cujo motor seria equipado com turbocompressor para altitudes extremas surgiu o A6M5, Modelo 52, que era um A6M3, Modelo 22 com pequenas alterações. O modelo 52 é muitas vezes considerado o mais eficiente de todos os modelos. As asas foram encurtadas para evitar a necessidade do sistema de dobragem para os porta-aviões, o sistema de exaustão do motor foi alterado, e o armamento foi alterado com a substituição dos dois canhões Type 99-2 Mark 3 com 100 tiros por dois canhões Type 99-2 Mark 4 com 125 tiros por arma. O A6M5b teria também as duas metralhadoras de 7.7 mm Type 97 substituídas por duas metralhadoras de 13.2 mm Type 3 derivadas da Browning, com 240 tiros por arma. A maior dimensão das armas deu um especto distintivo a aeronave que apresentava carenagem assimétrica na fuselagem do nariz logo a seguir à canópia. O A6M5c recebeu um armamento reforçado adicionando aos canhões das asas duas metralhadoras de 13.2 mm Type 3, sendo no entanto retirada uma das armas de 7.7 mm da fuselagem. As asas receberam também no lado externo as metralhadoras de 13mm, suportes para foguetes ou pequenas bombas. Também o piloto recebeu alguma proteção extra tendo sido adicionada blindagem à canópia. Esta aeronave foi, devido ao seu armamento reforçado, usada principalmente no ataque aos B-29 que bombardeavam o Japão no período final da guerra.

Já durante a fase final da guerra foram ensaiadas novas versões como o A6M6 com um motor Nakajima Sakae 31 e tanques de combustível auto-selantes, o A6M7, Modelo 63, construído para os ataques kamikazes, desarmado ao qual era adicionada uma carga de explosivos muito superior a sua capacidade tornando-a mais lenta. Do A6M8 Modelo 64 apenas foram construídos dois protótipos antes do final da guerra.

As primeiras aeronaves da pré-serie A6M2 entraram em operação em setembro de 1940 em Chungking sobre a Manchúria contra a força aérea da china nacionalista equipada com os Polikarpov I-15 e Polikarpov I-16 russos. Treze Zeros abateram 27 aviões inimigos sem qualquer perda.

No período que se suguiu ao Ataque a Pearl Harbor estavam em atividade 420 Zeros a maior parte do modelo 21. O elevado raio de acção da aeronave levou os comandantes aliados a calcular o número de aeronaves nipónicas em atividade varias vezes superior ao número realmente existente. Por esta altura criou-se a entre os aliados a reputação do Zero como aeronave invencível em combate aéreo devido a sua manobrabilidade e velocidades que tornavam as táticas de combate conhecidas, desenvolvidas no teatro europeu, ineficientes e até mortais frente ao Zero.

Mitsubishi A6M5c na ilha Kyushû para participar
num ataque Kamikaze , 1945
Porem rapidamente os pilotos aliados desenvolveram novas táticas de combate como a "boom-and-zoom" inicialmente usadas na nos teatros da China, Burma, e India pelos "Flying Tigers" contra as similares aeronaves do exercito japonês Nakajima Ki-27 Nate and Nakajima Ki-43 Oscar. Em vez do confronto direto entre aeronaves os pilotos aliados lançavam os seus Curtiss P-40 mais robustos de uma maior altitude em voo picado contra os zeros disparando as armas ganhando depois altitude rapidamente. Uma simples salva no alvo era muitas vezes suficiente para destruir o zero devido a sua fragilidade, beneficiando igualmente os pilotos aliados da maior velocidade que podiam atingir em voo picado com as suas aeronaves, que não podia ser acompanhada pelos Zeros devido a fragilidade estrutural que em voo picado a velocidade demasiado elevada podia simplesmente desintegrar-se.

Outra manobra importante desenvolvida pelo comandante John S. "Jimmy" Thach designada de "Thach Weave", em que dois caças voariam a uma distancia de 60 metros um do outro se um Zero atacasse uma das aeronaves por trás elas dirigiam-se uma para a outra, se o Zero se mantivesse atras do alvo entraria na mira da outra aeronave que o alvejaria. Esta tática foi inicialmente usada com sucesso na Batalha de Midway e mais tarde nas ilhas Salomão na Batalha do Mar de Coral onde a marinha nipónica perdeu um número significativo de bons e experientes pilotos. Apesar do sucesso aliado os pilotos mostraram um elevado grau de insatisfação relativamente ao mais importante caça embarcado aliado o Grumman F4F Wildcat, que era facilmente ultrapassado em velocidade manobra e razão subida pelos Zeros, a única vantagem dos caças aliados eram a espessa blindagem e pesado armamento que tornavam o F4F extraordinariamente resiliente ao fogo inimigo. Esta terá sido segundo os pilotos japoneses a única razão que evitou o total domínio do Zero nipónico.

A6M3 Modelo 22 Zero (X-133). construída, a partir de 
destroços encontrados no Pacifico,  com novos materiais 
e motor Pratt & Whitney R-1830-75
Quanto os poderosamente armados e possantes Lockheed P-38 Lightning, Grumman F6F Hellcat e Vought F4U Corsair surgiram no teatro do Pacifico o domínio do A6M rapidamente desapareceu. Continuava no entanto com uma capacidade de manobra superior a qualquer caça aliado o que fazia dele, apesar do fraco armamento, uma aeronave mortal nas mãos de um piloto experiente. Porém a partir deste período da guerra eles começaram a escassear, e essa escassez nunca foi superada pelas forças nipónicas.

Por falta de uma política industrial que produzisse em grande escala algum de seus substitutos que já estavam disponíveis em meados de 1944, como entre outros o Kawanishi N1K "Shiden" (apelidado pelos pilotos aliados de ”George”) a aeronave foi produzida até ao final da guerra. A produção total ascendeu a cerca de 11000 aeronaves de todas as suas variantes.

DESENHOS
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PERFIL
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FONTES
VER TAMBÉM
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