DeHaviland DH-98 Mosquito

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ESPECIFICAÇÕES
ANO
1942
PAIS DE ORIGEM
Reino Unido
TIPO
Caça Bombardeiro, Caça noturno, Bombardeiro, Reconhecimento fotográfico
MODELO
Mosquito FB Mk.VI
TRIPULAÇÃO
2
MOTOR
2 x Rolls-Royce Merlin 25
PESO MAXIMO (kg)
10096
PESO VAZIO (kg)
6506
ENVERGADURA  (m)
16.51
COMPRIMENTO (m)
12,34
ALTURA (m)
3.81
VELOCIDADE MÁXIMA  (km/h)
611
TECTO MÁXIMO  (m)
10060
RAIO DE ACÇÃO (km)
2985
ALCANCE (km)

ARMAMENTO
4 canhões Hispano de 20 mm na barriga da fuselagem
4 metralhadoras Browning de 7,7 mm montadas no nariz
até 1820Kg de bombas, ou foguetes
GALERIA
Mosquito W4050 1º prototipo, 1941

Mosquito FB VI em 1944

Mosquito FB, RAF, Hunsdon, 1944

Mosquito FB Mk XVIII  248º Sqn

Mosquito B 105º Sqn da RAF

Mosquito FB Mk.21  New Zealand  2013 

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HISTÓRIA
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O DeHavilland DH 98 "Mosquito" foi um avião britânico projetado como bombardeiro pela DeHavilland, em 1938 e usado pela RAF durante a II Guerra Mundial.

Originalmente concebido como bombardeiro rápido e desarmado, o Mosquito foi adaptado para várias funções, incluindo bombardeiro tático de baixa e alta altitude, avião de reconhecimento fotográfico, caça pesado, caça noturno, caça-bombardeiro, e avião de ataque marítimo. A sua estrutura, construída quase na totalidade em contraplacado de madeira, tornava a aeronave leve e resistente, conservando sua integridade geral em caso de sofrer danos na estrutura ou na fuselagem.

DH-88 Comet Racer
Por meados dos anos 1930, a DeHavilland ganhou reputação como construtor de aeronaves inovadoras e de alta-velocidade, como o DH-88 Comet Racer, cujos conceitos de construção, pioneiros, vieram mais tarde a ser usadados no Mosquito.

Em setembro de 1936, o Ministério do Ar britânico emitiu a especificação P.13/36 para uma aeronave identificada como bombardeiro médio bimotor, capaz de transportar uma carga de bombas de 1.400 kg a 4.800Km de distância, a uma velocidade máxima de 443km / h a 4.600m de altitude, especificando também uma carga de bombas máxima 3.600 kg para distâncias mais curtas. As empresas de aviação apresentaram projetos para aeronaves pesadas ​​com novos motores de alta potência e várias torres de defesa, levando à produção do Avro Manchester e do Handley Page Halifax .

Em maio de 1937, George Volkert , o designer-chefe da Handley Page , apresentou o conceito de um bombardeiro desarmado rápido com velocidade de cruzeiro 480 km / h. Considerou-se que o projecto tinha méritos mas que, não seria necessariamente mais rápido do que os caças inimigos por muito tempo.

Geoffrey de Havilland também acreditavam que uma aeronave com um design aerodinâmico, satisfaria melhor a especificação do Ministério do Ar e defendeu o conceito acrescentando à argumentação que no período de guerra haveria escassez de alumínio e aço, mas deveria haver uma abundância de madeira. Embora tenha uma capacidade de torção inferior, o rácio força/peso da madeira era tão bom como alumínio ou aço, o que permitia uma abordagem diferente para um bombardeiro de alta velocidade.

Em 07 de outubro de 1939, um mês após o inicio da guerra, o núcleo de uma equipe de projeto sob o comando de Eric Bishop mudou-se para a segurança e sigilo de Salisbury para trabalhar no que mais tarde ficou conhecido como o DH-98.

O DH-98 era demasiado radical para o Ministério do Ar que queria, uma aeronave fortemente armada capaz de desempenhar, as funções de bombardeiro médio, avião de reconhecimento, e ser capaz de transportar e lançar torpedos. Com início da guerra, o Ministério do ar tornou-se mais recetivo, mas ainda cético sobre um bombardeiro desarmado. Era opinião vigente que os alemães iriam produzir caças mais rápidos do que o esperado e por isso exigia-se que a aeronave fosse armada com  duas metralhadoras frontais e duas com saída traseira para a defesa. Para além disso a aeronave deveria possibilitar um terceiro tripulante para reduzir o trabalho dos outros em voos longos. Acrescentaram-se ainda outras exigências, tais como armas controladas remotamente, uma velocidade máxima de 443 km / h a 4.600m e um alcance pratico de 4,800 km com uma caga de 1.800 kg de bombas. Para aumentar a versatilidade do DH-98, Bishop já tinha previsto a possibilidade de instalar 4 canhões de 20mm na metade dianteira do compartimento de bombas, sob a cabina do piloto, disparando através de tubos sob a fuselagem, pelo que De Havilland construiu maquetes com uma torre de arma logo atrás do cockpit, mas, para além disto não fez qualquer alteração.

Inicialmente o bombardeiro tinha previsto receber motores Merlin, com opções de usar motores progressivamente mais poderosos, incluindo a Rolls-Royce Griffon ou o Napier Sabre . Novas estimativas referentes ao desempenho da aeronave fizeram cair a exigência de armas defensivas mas foi reforçada a exigência da velocidade que deveria atingir os 640 km / h a 5,500 m.

Entre março e junho de 1940, finalmente o Ministério do Ar emitiu a Especificação B.1/40, e F.21/40 para a construção de 50 bombardeiros de reconhecimento, incluído o protótipo, e para além disso o protótipo para um caça de longo alcance armado com quatro canhões 20 mm e quatro metralhadoras de 7.7mm no nariz, capaz de desempenhar funções de caça diurno e noturno, e um protótipo para um avião de foto-reconhecimento, todos baseados no DH-98, que passou a designar-se de Mosquito.

No rescaldo da Batalha de Inglaterra a encomenda inicial foi alterado para 20 bombardeiros e 30 caças.

A construção do protótipo teve início em março de 1940, mas o trabalho foi cancelado novamente após a Batalha de Dunquerque , quando foi ordenado que o foco de produção passasse para os cinco tipos de aeronaves já existentes e em produção, o Supermarine Spitfire , Hawker Hurricane , Vickers Wellington, Armstrong-Whitworth Whitley e o Bristol Blenheim . O trabalho no protótipo DH-98 parou e quase foi encerrado quando foram negados á equipe de design os materiais necessários á construção do protótipo.

O Mosquito só foi restabelecido como uma prioridade em julho de 1940, depois da De Havilland ter prometido 50 Mosquitos, até Dezembro de 1941, uma aposta duvidosa, porque era improvável que as 50 aeronaves pudessem ser construídas em tão limitado espaço de tempo. (como se veio a verificar penas 20 Mosquito foram construídos em 1941, embora outros 30 tenham sido entregues em meados de março de 1942). No entanto, o trabalho sobre o primeiro protótipo (W4050) avançou rapidamente, de tal forma que foi concluído em 19 de novembro de 1940.

Foram construídos três protótipos, cada um com uma configuração diferente. O primeiro a voar foi W4050 em 25 de Novembro de 1940, seguido do caça W4052 em 15 de Maio 1941 e o protótipo de foto-reconhecimento W4051 em 10 de junho de 1941.

Quando o primeiro protótipo foi apresentado aos céticos militares e oficiais do Ministério do Ar, estes ficaram impressionados, o Mosquito possuía a manobrabilidade e velocidade de um caça, atingindo uma velocidade máxima de 650 km/h. Terminados os testes oficiais, foi de imediato iniciada a produção em série em Junho de 1941.

Mosquito FB testando as armas á noite
A variante mais-produzido, o FB Mk VI (caça-bombardeiro), foi alimentado por dois motores Merlin Mk 23 ou Mk 25, e hélices de três lâminas. O armamento fixo típico para um FB Mk VI eram quatro metralhadoras Browning de 7.7mm e quatro canhões Hispano de 20mm enquanto a carga ofensiva consistia em 910 kg de bombas, ou oito foguetes RP-3 não guiados.


Desenvolvido durante 1940, o Mosquito F Mk II (caça) foi concluído em 15 de Maio de 1941. Estes Mosquitos foram equipados com quatro canhões Hispano de 20 mm na barriga da fuselagem e quatro metralhadoras Browning de 7,7 mm montadas no nariz. O F(fighter) e NF(night fighter) Mk IIs não podiam carregar bombas mas foram também equipados com uma câmera de arma num compartimento acima das metralhadoras no nariz e foi equipado com amortecedores chama de escape para reduzir o brilho dos Merlin XX. A versão NF Mk II (caça noturno) era semelhante ao F Mk II (caça), mas era equipado com o radar de interceção ar-ar AI Mk IV, que foi progressivamente evoluindo no decorrer da guerra.

A versão Mosquito B (Bombardeiro) Mk XVI desenvolvido a partir do primeiro protótipo (W4050) não dispunha de armas defensivas mas transportava 1800 Kg de bombas a uma velocidade de 668 km/h, com um alcance pratico de 2400km, sendo alimentado por dois motores Rolls-Royce Merlin 76/77 V12.

A versão Mosquito PR eram aeronaves para foto-reconhecimento desarmadas tal como a versão B, mas com o espaço das bombas ocupado por equipamento fotográfico.

A Royal Navy pretendia usar o Mosquito como torpedeiro e aeronave antinavio. Para isso um Mosquito FB.VI foi modificado para essas funções, e designado de Sea Mosquito TR Mk 33. Dispunha de asas dobráveis, gancho naval , e era alimentado por motores Merlin Mk 25 com hélices de quatro pás e um novo trem de aterragem. Os testes iniciais do Sea Mosquito decorreram a bordo HMS Indefatigable , em 25 de março de 1944.O armamento do Sea Mosquito eram quatro canhões de 20 mm, duas bombas de 500 libras no compartimento de bombas, mais duas sob as asas, ou oito foguetes de 60 libras (quatro em cada asa) e um torpedo padrão sob a fuselagem. Dispunha também de um radar de busca APS-6, mais tarde substituído pelo ASV Mk XIII.

Quando, em 1941, o mosquito entrou em produção, era um dos aviões mais rápidos do mundo. Quando passou a estar operacional na RAF em 1942, o Mosquito era uma aeronave de foto-reconhecimento de alta velocidade, e alta altitude, continuando a assumir este papel durante todo a guerra. De meados de 1942 a meados de 1943 os bombardeiros Mosquito voaram missões de alta velocidade, a média ou baixa altitude contra fábricas, ferrovias, comboios de abastecimentos e outros alvos vitais na Alemanha e na Europa ocupada pelos alemães. A partir de finais de 1943, os bombardeiros Mosquito constituíram a Light Night Striking Force onde eram utilizados como batedores para o comando de bombardeiros pesados da RAF, marcando os alvos para o principal bombardeamento estratégico noturno. Eram também foram usados ​​em bombardeamentos "incômodos", muitas vezes lançando bombas Blockbuster 1.812 kg ("cookies") de alta altitude, em incursões de alta velocidade que os caças noturnos alemães eram quase impotentes para intercetar.

Como caça noturno, a partir de meados de 1942, o Mosquito intercetava ataques da Luftwaffe ao Reino Unido , papel que assumiu especial importância durante a Operação Steinbock em 1944. A partir de julho de 1942, as unidades de caças noturnos passaram também a ser usados em incursões contra os aeródromos Luftwaffe. Como parte do Grupo 100 , foi um caça noturno e de apoio ao comando de bombardeiros pesados da RAF contribuindo de forma decisiva para a redução das perdas de bombardeiros durante 1944 e 1945.

Como um caça-bombardeiro na Second Tactical Air Force, o Mosquito participou em "ataques especiais", como o ataque à prisão de Amiens , no início de 1944, e em ataques de precisão contra a Gestapo e serviços de espionagem e de segurança da alemães. Um exemplo dos ataques de precisão á luz do dia realizadas pelo Mosquito, aconteceu em 20 de janeiro de 1943, no 10º aniversário da tomada do poder pelos nazis, em que um ataque de Mosquito pôs fora de serviço a principal estação de radiodifusão de Berlim, enquanto o Reichsmarschall Hermann Göring discursava.

A Second Tactical Air Force apoiou o exército britânico na preparação e durante a Campanha da Normandia em 1944 atacando alvos em França e debilitando as defesas alemãs. A partir de 1943, esquadrões de Mosquito do Comando Costeiro da RAF perpetrou ataques contra os U-boats da Kriegsmarine (particularmente em 1943 no Golfo da Biscaia onde foram afundados ou danificados um número significativo de U-boats ) e intercetando concentrações e comboios de navios de transporte.

Para missões de reconhecimento de longo alcance o Mosquito foi a principal aeronave da RAF, servindo na Europa, Birmânia e no Pacífico Sul.

A produção do Mosquito terminou em novembro de 1950. No total produziram-se 7,781 Mosquito dos quais 6.710 foram construídos durante a guerra, tendo 1133 sido construídos no Canadá e 212 na Austrália. Durante e depois da guerra, a De Havilland exportou o Mosquito para vários países entre os quais Austrália, Bélgica, China Nacionalista, Checoslováquia, França, Israel, Nova Zelândia, Noruega, África do Sul, Suécia, Turquia, e Jugoslávia.

No pós guerra o Mosquito manteve-se ao serviço da RAF até 1955, tendo sido substituído nesta década pelo jacto English Electric Canberra.

Há aproximadamente 32 aeronaves Mosquito em todo o mundo, dois dos quais em condições de voo. A maior coleção está no de Havilland Aircraft Heritage Centre no Reino Unido, que possui três aeronaves, incluindo o primeiro protótipo, W4050 , possivelmente o único protótipo inicial de um projeto de aeronaves Segunda Guerra Mundial ainda em existência no século XXI.

EM PORTUGAL
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PERFIL
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Battle Stations DH 98 Mosquito Bomber

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