História das aeronaves militares Portuguesas (I)


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Génese  da Aviação Militar

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Aeronave: Avro 500 "República"
Período:(1912-1912)
Unidade:Companhia de Aerosteiros do exército
Quantidade:1




A 8 de Outubro de 1912, chega a Lisboa, um biplano Avro 500, com um motor Gnome de 50 CV, adquirido em Inglaterra por 900 libras (valor obtido através de uma subscrição aberta pelo Partido Republicano Português), baptizado com o nome "Républica”.

Foram efectuados 12 voos em Portugal pelo piloto inglês Copland Perry, pois não haviam pilotos portugueses, antes do avião ser entregue à recém formada Companhia de Aerosteiros do Exercito. Já nesta unidade do exército fez mais dois voos,o segundo dos quais em outubro de 1912, terminou com uma aterragem forçada no Tejo. O avião foi então desmontado, encaixotado e enviado para Vila Nova da Rainha, não havendo noticia de ter voltado a voar.
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Aeronave:Maurice-Farman MF-4 "Casta Suzana"
Período:(1912-1916)
Unidade:Companhia de Aerosteiros do exército
Quantidade:1



O Maurice-Farman Modelo MF-4 adquirido através de fundos recolhidos pelo jornal "O Comércio do Porto" em Agosto de 1912 era uma avião biplano de 15 m de envergadura, com motor Renault de 70 CV e com uma velocidade máxima de 80 km/h. Veio para Lisboa com o aviador Trescartes, que com ele fez vários voos em Lisboa e Porto, tendo sido depois oferecido ao Exército, recolhendo à E.M.A. em Vila Nova da Rainha. Entre 1912 e 1914 esteve atribuido à Companhia de Aerosteiros
Foi nesse avião, que era conhecido por "Casta Suzana", titulo de uma peça de teatro muito em voga na época, que Sacadura Cabral deu ao seu futuro companheiro de glória, almirante Gago Coutinho, o baptismo de voo, na manhã de 23 de Fevereiro de 1917.
O Museu do Ar em Alverca, tem em exposição uma replica desta aeronave construída nas OGMA em 1971.
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Aeronave: Deperdussin Tipo B
Período:(1912-1916)
Unidade:Aeronáutica Militar
Quantidade:1




No dia 28 de Setembro de 1912 esta aeronave foi desembarcada no porto de Lisboa, oferecida ao Governo Português pelo Tenente-Coronel do Exército Brasileiro Albino Costa, português radicado e naturalizado no Brasil. Depois de, por cedência do Ministério da Guerra, ter sido utilizado por um piloto francês no Concurso Internacional de Lisboa, em Junho de 1913, foi entregue à Companhia de Aerosteiros de Tancos em 16 de Novembro de 1912.
Em 14 de Maio de 1914 foi criado o Serviço de Aeronáutica Militar, assim como a Escola de Aviação Militar (EAM) em Vila Nova da Rainha, para onde o Deperdussin B foi transferido.
Após ter realizado o primeiro voo oficial na EAM. em 17 de Julho de 1916, tripulado por Santos Leite, o Deperdussin foi utilizado como avião «rolador» (ou «pinguim») para treino no solo, com os extremos das asas cortados.

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Aeronave: Maurice-Farman MF-11
Período:(1916-1917)
Unidade:Aeronáutica Militar
Quantidade:2



Os dois aviões foram entregues à Escola de Aeronáutica Militar (EAM) de Vila Nova da Rainha em agosto de 1916 onde em conjunto com o Maurice-Farman MF-4 e o Deperdussin B foram utilizados no primeiro curso de pilotagem em Portugal. Mantiveram-se na instrução de pilotagem até serem retirados de serviço no ano seguinte.
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Aeronave: Caudron G.3
Período:(1916-1933)
Unidade:Aeronáutica Militar
Quantidade:56




Os primeiros 6 Caudron G3 que foram adquiridos em França em 1916, constituíram o núcleo inicial de aviões que equiparam a Escola de Aeronáutica Militar, em Vila Nova da Rainha.
Em 1920 a escola foi transferida para para Sintra e foram adquirida mais 50 aeronaves construídas no Parque de Material Aeronáutico, em Alverca (Futura OGMA).
Em 1921 foram destacados aviões para Angola, que integraram o Grupo de Esquadrilhas de Aviação de Angola.
Eram aviões extremamente manobráveis e como tal adequados para a instrução elementar de pilotagem, embora em pequena escala, foram também utilizados para missões de observação e ligação.
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Aeronave: Farman F-40
Período:(1916-1920)
Unidade:Aeronáutica Militar
Quantidade:5
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Os cinco Farman F-40 chegaram a Lisboa no dia 6 de Outubro de 1916, a bordo do navio cargueiro francês «Garrone». Foram entregues à Escola de Aeronáutica Militar (EAM), inaugurada a 1 de Agosto de 1916, situada em Vila Nova da Rainha, que os utilizou na instrução de pilotos e missões de observação.
Em 1917, os efeitos da II Guerra Mundial fizeram-se sentir na Colónia Portuguesa de Moçambique, com a invasão da fronteira Norte pelas tropas alemãs. Foi então criada a Esquadrilha Expedicionária de Moçambique (EEM), com a finalidade de colaborar e dar apoio aéreo às forças luso-britânicas que se opunham ao invasor.
Composta por 3 pilotos, 3 observadores e 3 mecânicos, dois dos quais contratados à firma Farman, e 3 aviões Farman F-40, a EEM embarcou em Lisboa no navio «Niassa» no dia 3 de Julho de 1917, chegando dia 8 de Agosto a Mocímboa da Praia, onde foi estabelecida a base operacional.
O primeiro voo teve lugar a 7 de Setembro de 1917, sobrevoando Mocímboa da Praia. Foi o primeiro voo de uma aeronave portuguesa em terras africanas e um dos primeiros realizados no Continente Africano.
No dia seguinte, quando repetia o voo, o Alferes Jorge Gorgulho, ao manobrar para aterrar, despenhou-se no solo. O avião incendiou-se de imediato, vitimando o jovem aviador, que seria o primeiro da lista dos mortos da Aviação Militar Portuguesa.
A EEM nunca entrou em operações devido ao pouco esclarecimento do Estado-Maior da Força Expedicionária. Manteve-se em Mocímboa da Praia até 1918, sendo então transferida para Matola, nos arredores de Lourenço Marques, recebendo a designação de Esquadrilha da Província de Moçambique (EPM). A EPM foi extinta em 1920, sendo provável que os dois aviões restantes tenham sido abatidos ao serviço nessa altura.
Os Farman F-40 que ficaram na EAM protagonizaram alguns acontecimentos em Portugal:
  • No dia 1 de Janeiro de 1917, o Primeiro-tenente Sacadura Cabral, na altura a prestar serviço na EAM, foi saudar o Presidente da República num F-40, o que causou grande sensação.
  • Durante uma revolução que eclodiu em Lisboa no dia 8 de Dezembro de 1917, o Segundo-Tenente Caseiro, instrutor na EAM, e o aluno Tenente-Coronel Martins de Lima, ao sobrevoarem a zona actualmente conhecida por parque Eduardo VII, a baixa altitude, num F-40, foram atingidos pelo fogo das armas ligeiras dos revoltosos. O avião despenhou-se, provocando a morte dos dois ocupantes.
No que respeita à pintura, os dados disponíveis levam a crer que a gôndola estava pintada em verde escuro e as asas em castanho-terra. O leme de direcção estava pintado com as cores nacionais, tendo sobreposto uma grande letra “F” (de Farman) com um minúsculo algarismo encastrado, a branco, representativo do número atribuído ao aparelho. Em ambos os lados das asas ostentavam a insígnia circular a encarnado e verde.
O abate ao serviço dos Farman F-40 é referida como tendo acontecido em 1920.
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Aeronave: - Nieuport Ni.21E1, Ni.80E2 e Ni.83E2
Período:(1917-19??)
Unidade:Aeronáutica Militar
Quantidade:18



Durante o ano de 1917 chegaram a Portugal 7 aviões Nieuport Ni.83E2, que foram colocados na Escola de Aeronáutica Militar (EAM) em Vila Nova da Rainha.
Nesse ano, para os substituir na instrução, adquiriram-se em França mais 3 aviões bilugar Nieuport Ni.80E2, e  8 monolugares Nieuport Ni.21E1, antigos caças convertidos para treino, com motores de 80cv, em substituição dos de 110cv, que equipavam o modelo original.
Todos os Nieuport foram posteriormente adaptados para utilizar motores Rhône R-9C de 80 hp, uniformizando a motorização da frota.
Em 1920 foram transferidos  para a Escola Militar de Aviação (EMA), instalada na Granja do Marquês, Sintra, a quando da extinção da EAM.
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Aeronave:FBA Tipo B
Período:(1917-1918)
Unidade:Aeronáutica Naval
Quantidade:2









Os primeiros passos para a formação do Serviço e Escola de Aviação da Armada, embrião da Aviação Naval (AN), começaram a ser dados em 1916 na Escola de Aviação Militar (EAM), em Vila Nova da Rainha.
Em Janeiro de 1917, dois hidroaviões FBA Tipo B, adquiridos em França para a Armada Portuguesa chegaram a Portugal. Montados na então designada Escola de Aeronáutica Militar (EAM), realizaram os primeiros voos em Março desse ano. Em 14 de Dezembro de 1917, o pessoal aviador da Marinha e os dois hidroaviões F.B.A. foram transferidos para o recém-formado Centro de Aviação Marítima (CAM) de Lisboa, instalado na Doca do Bom Sucesso, perto de Belém.
Em 1918 um terceiro FBA. Tipo B foi construído nas oficinas do CAM, utilizando peças sobressalentes e um motor novo, comprado em França. A estrutura foi inteiramente construída pelos carpinteiros do CAM, numa afirmação das suas excelentes qualidades profissionais.
Os aviões voaram até 1918, ano em que foram abatidos. Um dos exemplares adquiridos em França encontra-se exposto no Museu de Marinha-Pavilhão das Galeotas, em Lisboa.
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Aeronave:Georges-Lévy GL-40 HB2
Período:(1918-1920)
Unidade:Aeronáutica Naval
Quantidade:2










Em fins de 1917, o Governo Português autorizou a França a instalar um Centro de Aviação Naval (CAN) em S. Jacinto, perto de Aveiro, que foi equipado com pessoal e material francês. Operaram 8 hidroaviões Donnet-Denhaut D.D.8, e dois Georges-Lévy GL-40 HB2, também conhecidos por «Le Pen-Blanchard».
Os GL-40 destacados para S. Jacinto já tinham bastante uso. Começaram a voar em Portugal a partir de Abril de 1918, efectuando missões de patrulhamento marítimo até 11 de Novembro do mesmo ano, dia em que terminou o conflito mundial.
No final da Guerra o destacamento francês foi desactivado e a Aviação Naval (AN) recebeu as instalações e o material existente, onde se incluiam os dois Georges-Lévy GL-40 HB2, em péssimo estado de conservação.
Em 11 de março de 1920 devido ao mau tempo e a uma avaria do motor uma da aeronaves fez uma amaragem forçada ao largo de S. Pedro de Moel, danificando a estrutura do avião. O piloto enviou um pombo-correio com o pedido de socorro urgente que foi apanhado em Montemor-o-Velho, mas uma greve dos serviços telegráficos dos Correios impossibilitou a imediata transmissão da mensagem, que só chegou ao conhecimento da AN no dia 13. O avião afundou-se e com ele os três tripulantes.
O outro GL-40 foi retirado de serviço em 1920.
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Aeronave:Donnet-Denhaut D.D.8
Período:(1918-1922)
Unidade:Aeronautica Naval
Quantidade:18












Ainda antes do final da Primeira Guerra Mundial Portugal adquiriu em França vária aeronaves, entre as quais quatro hidroaviões de casco Donnet-Denhaut D.D. 8 com motor Lorraine de 160 hp, destinados a formação de uma esquadrilha expedicionária a África (a aquisição foi realizada por Sacadura Cabral). Como só chegaram a Portugal em 1918, numa altura em que a situação da Guerra já não justificavam o seu envio para África. Acabaram por ser colocados no Centro de Aviação Marítima de Lisboa, inaugurado a 1 de Setembro de 1917. Em 1918, foram recebidas mais seis Donnet-Denhaut D.D.8, estes equipados com motores Hispano-Suiza de 200 hp, aumentando a frota para 10 unidades. A estes, juntaram-se os oito hidroaviões franceses que operaram em S. Jacinto (Aveiro) durante a Guerra.
Até ao seu abate em 1922, quinze destas aeronaves (3 dos aviões deixados pelos franceses nunca chegariam a voas) foram utilizadas pela AN no patrulhamento marítimo da costa Portuguesa.
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Aeronave:Tellier T-3
Período:(1918-1928)
Unidade:Aeronautica Naval
Quantidade:5



Em 1917 a Aviação Naval (AN) adquiriu em França 5 hidroaviões Tellier T-3, tendo em vista a constituição da Esquadrilha Expedicionária para África. 
Como os aviões só foram recebidos em 1918, três deles já depois de terminada a Guerra, não se justificava o seu envio para África, pelo que foram integrados no Centro de Aviação Naval (CAN) do Bom Sucesso, em Lisboa. 
Em 1921 estavam colocados no CAN de S. Jacinto, Aveiro, que estava a ser reactivado depois da saida dos franceses.. 
Estes hidroaviões tinham a fuselagem em castanho com o casco preto, as asas em amarelo torrado com a Cruz de Cristo, sem círculo branco, a toda a largura dos planos inferiores e  planos superiores. A bandeira nacional com escudo ocupava todo o leme de direcção, em ambas as faces. Nos lados da fuselagem, na direcção da cabina de pilotagem, estavam pintados os números das matrículas, em grandes algarismos pretos.
Foram retirados de serviço em 1928.
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Aeronave:Breguet Br-14
Período:(1919-1932)
Unidade: Aéronautica Militar
Quantidade: 29
























Sendo Portugal um dos países vencedores da I Guerra Mundial, pôde assim obter um considerável número de aviões de combate em bom estado, dos excedentes de guerra. Assim em 1919 foram adquiridos 16 Breguet Br-14 A2 que, em conjunto com os aviões SPAD VII, adquiridos nas mesmas condições, constituíram, o Grupo de Esquadrilhas de Aviação República (GEAR), instalado nas recentes instalações da Amadora, inauguradas em 5 de Fevereiro de 1919. 
É a partir da constituição do GEAR, que é adoptada a Cruz de Cristo como insígnia da Aeronáutica Militar e da Aviação Naval, substituindo o círculo concêntrico vermelho e verde usado até então. 
Os Breguet Br-14 estavam totalmente pintados em alumínio. A numeração, seguida a partir de 1, foi pintada nos lados da fuselagem em algarismos pretos.
Em Outubro de 1919 foi adquirido outro Breguet Br-14, que seria baptizado "Portugal", este na versão T2, tendo em vista estabelecer o recorde da ligação aérea entre Paris e Lisboa. Foi pilotados pelos Capitão Maya e Alferes Lello Portela, que partiram de Paris no dia 3 de Outubro de 1919. No entanto as sucessivas avarias forçaram aterragens em Bordéus (França) e Arevalo (Espanha). Quando chegou a Portugal foi integrado no GEAR, não tendo recebido matricula.
No dia 22 de Janeiro de 1920, um Breguet Br-14 A2 pilotado pelo aviador militar Sarmento de Beires, descolou do campo da Amadora à uma hora da manhã, aterrando uma hora depois, realizando o primeiro voo nocturno em Portugal. Tanto a descolagem como a aterragem foram feitas unicamente com a claridade do luar. 
Em meados de 1920 os pilotos militares Sarmento de Beires e Brito Pais começaram a trabalhar no projecto de uma viagem de ida e volta à Madeira, mas não obtiveram autorização governamental, sendo-lhes recusada a utilização de um avião militar. 
Com a presumível conivência do comandante do GEAR, repararam o velho Breguet Br-14 A2 número 1 do GEAR, há muito retirado de serviço e a 18 de Outubro de 1920, a bordo deste avião, totalmente pintado de preto e baptizado de "Cavaleiro Negro", com uma enorme estrela branca de cinco pontas nos lados do estabilizador vertical, à frente da bandeira nacional, lançaram-se na temerária aventura de voarem até à Ilha da Madeira, com voo directo de cerca de 800 Km sobre o mar, sem navios de apoio ou quaisquer outras ajudas para além da bússola magnética. Um cerrado nevoeiro não lhes permitiu descortinar as ilhas, pois que, se as não sobrevoaram, andaram nas suas proximidades, uma vez que a população ouviu o ruído motor do avião. Frustradas as suas intenções e como o combustível não era suficiente para regressar a Portugal, voaram em direcção ao norte de África, ao encontro da rota que os navios normalmente usavam entre a África e a Europa. Foram recolhidos pelo navio inglês «Gâmbia River».
Em 1921 são adquiridos mais 12 aviões Breguet Br-14 A2 que seguem directamente para Angola na companhia de seis Caudron G.3 para reforçar o Grupo de Esquadrilhas de Aviação de Angola (GEAA), instalado inicialmente na Huíla e depois transferido para o Huambo. Foram substituir os bimotores Caudron G.4, velhos e corroídos pelo clima tropical. No dia 27 de Março de 1925, o piloto Sérgio de Almeida, o navegador Pinheiro Correia e o mecânico Manuel António, partiram da Amadora a bordo do Breguet Br-14 A2 número 15 do GEAR, baptizado de "Santa Filomena", a caminho de Bolama, na Guiné Portuguesa (agora Guiné-Bissau), onde chegaram no dia 2 de Abril, depois de percorrerem 3.960 Km com escalas em Casablanca, Agadir, Cabo Juby, Vila Cisneros, S. Luís e Dacar.
Foi a primeira viagem aérea à África portuguesa e, curiosamente, a primeira acção anti-guerrilha efectuada pela Aeronáutica Militar, pois que os aviadores participaram, a pedido do Governador da Guiné, numa operação militar contra os rebeldes, em Cauliabaque, lançando granadas rudimentares com estabilizadores feitos em chapa de flandres e de latas de conserva, situação tão humorística como eficiente. 
Os Br-14 A2 que operaram em Angola regressaram à metrópole em 1928 sendo colocados no Grupo Independente de Aviação de Bombardeamento (GIAB), criado em 1924 e instalado em Alverca.
Os Breguet terminaram a sua vida operacional em 1932.
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Aeronave: Spad S.VII C1
Período:  (1919-1932)
Unidade: Aeronáutica Militar
Quantidade:






Portugal recebeu 22 SPAD S.VII C1 em 1919, como excedentes e compensação da 1ª Guerra Mundial, onde actuaram aviadores portugueses.(Foi num avião deste tipo, integrado na Esquadrilha SPA-65, que o capitão Óscar Monteiro Torres foi abatido nos céus de França no dia 20 de Novembro de 1917.)
Dado que na época não existia em Portugal qualquer unidade operacional, foi criado em 5 de Fevereiro de 1919, e instalado na Amadora, o Grupo de Esquadrilhas de Aviação República (GEAR), dependente da Arma de Aeronáutica Militar (AM). Foi nesta unidade que os SPAD formaram a primeira Esquadrilha de Caça existente em Portugal, que, a partir de 13 de Dezembro de 1921 tomou a designação de Esquadrilha Capitão Monteiro Torres.
Estes aviões estavam totalmente pintados em alumínio, usando a insígnia da Cruz de Cristo sobre círculo branco, nos lados exteriores das asas superiores e inferiores, com a bandeira nacional, com escudo, cobrindo o leme de direcção. Os números de matrícula, de 1 a 22, encontravam-se pintados a preto nos lados da fuselagem.
É a partir da constituição do GEAR e por acção do seu comandante, o veterano de guerra Capitão Maya, que se adopta a Cruz de Cristo como insígnia da aviação militar, quer na Aeronáutica Militar, quer na Aviação Naval, substituindo o círculo vermelho com centro verde.
Em 1925 só existiam 11 destes aviões, que foram abatidos ao efectivo em 1932.
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Aeronave: Martinsyde F-4 Buzzard
Período:(1919-1933)
Unidade: Aeronáutica Militar
Quantidade: 4











Durante o ano de 1919, a fase de entusiasmo pela aviação levou a colónia inglesa em Lisboa a oferecer ao Governo Português o primeiro Martinsyde F-4 Buzzard .
Tratava-se do avião de demonstração da Martinsyde registado civilmente, para esse efeito, pelo construtor - e que foi pilotado pelo aviador inglês Raynham, em Outubro de 1919, de Londres a Madrid para ser exibido perante as entidades espanholas. Em Novembro desse ano, Raynham repetiu as demonstrações em Lisboa. 
A oferta da aeronave foi então formalizada pelo Embaixador inglês em Portugal, e  baptizada de «Vasco da Gama», por lady Drummond, sua esposa.
Em 1923, o Governo Português, satisfeito com os resultados obtidos pelo Martinsyde F.4 oferecido, aquiriu mais três caças desse tipo, que se juntaram aos SPADS na nova base, a EMD (Esquadrilha Mista de Depósito) de Tancos.
A EMD foi extinta em 1926 e, em sua substituição, foi criada  a Esquadrilha de Caça nº 1, sediada em Tancos, e equipada com os quatro Martinsyde F-4 e com os SPAD VII ainda no ativo.
Totalmente pintados em alumínio, ostentavam a Cruz de Cristo sobre círculo branco no extra-dorso das asas superiores e no intradorso das asas das inferiores. A bandeira nacional, com escudo, cobria a totalidade do leme de direcção. Quando colocados em Tancos apresentavam, nos lados da fuselagem, o característico galgo a correr, pintado a amarelo, símbolo da Base de Tancos. 
Os Martinsyde f-4 Buzzard foram retirados de serviço em 1933.
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