Nakajima Ki-61 Hien (Tony)

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O Nakajima Ki-61 Hien foi um caça usado pela Força Aérea do Exercito Imperial Japonês, “Dainippon Teikoku Rikugun Hikōsentai”, (IJAAS-Imperial Japanese Army Air Service ou IJAAF-Imperial Japanese Army Air Force ) na segunda guerra mundial, relatado pelos aliado pelo nome de código ""Tony". Nos primeiros encontros os pilotos aliados relataram o Ki-61, como Messerschmitt Bf 109. Posteriormente, relatórios do Departamento de Guerra dos EUA, referiam que este caça tinha origem num projeto italiano. Todas estas confusões tinham origem num facto simples, o Ki-61 era o único caça japonês produzido em massa para a guerra desenhado para utilizar um motor de 12 cilindros em V invertidos com refrigeração por líquido (todos os restantes caças monomotores japoneses da guerra utilizavam motores radiais de refrigeração a ar).
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Ano
1941
Pais de Origem
Japão
Função
Caça
Variante
Ki-61 I KAIc
Tripulação
1
Motor
1 × motor Kawasaki Ha-40 V12 invertido de 1159cv
Peso (Kg)
Vazio
2630
Máximo
3470

Dimensões (m)
Comprimento
8,94
Envergadura
12,00
Altura
3,70

Performance (Km)
Velocidade Máxima
580
Teto Máximo
11600
Raio de ação
580
Armamento
2× canhões Ho-5 de 20 mm, com 120 tiros cada,
2× metralhadoras Ho-103 de 12.7 mm com 250 tiros cada
2× bombas de 250 kg
Países operadores
Japão
Fontes

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GALERIA
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HISTÓRIA
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O Ki-61 foi desenhado por Takeo Doi e o seu adjunto Shin Owada, com influências significativas das suas experiências anteriores com o projetista de aviões alemão Richard Vogt , em resposta a um concurso de final de 1939 pelo Koku Hombu (Departamento Imperial da Aviação Naval) para dois caças, a serem construídos em torno do motor Daimler-Benz DB 601A, licenciado pela Kawasaki como Ha-40, e que era fabricado na sua fábrica de Akashi. O Ki-60 seria um caça interceptor fortemente armado, e com uma boa capacidade de carga nas asas e o Ki-61 seria um caça ligeiro de uso geral destinado a ser utilizado principalmente em ambiente de superioridade aérea ofensiva, a baixas e médias altitudes.
As duas aeronaves usavam a mesma construção metálica, com fuselagem semi-monocoque, asas de três longarinas e revestimento metálico excluindo as superfícies de controlo (o ailerons, elevadores e lemes, eram cobertos de tecido). Foi dada prioridade ao Ki-60, que fez o primeiro voou em abril de 1941. O trabalho de design do Ki-61 foi iniciado em dezembro de 1940 e embora fosse muito semelhante ao Ki-60, apresentava vários refinamentos em resultado do aprendido com o desempenho dececionante em voo do Ki-60, cujos planos de produção seriam cancelados no final de 1941 após a construção de três protótipos. 

A fuselagem semi-monocoque de secção transversal oval foi alterada para uma secção triangular semi-oval, com formato cónico logo a seguir ao cockpit. Uma característica incomum do Ki-61 eram os suportes do motor, construídos como parte da integrante da fuselagem na qual foram instalados painéis de manutenção. A entrada de ar cônica retangular para o compressor foi colocada na tampa do lado esquerdo. Por trás da antepara do motor foram colocadas as caixas de munições que alimentavam um par de metralhadoras de 12.7 mm sincronizadas Ho-103, com cerca de 250 tiros por arma, localizadas numa baía logo acima e atrás do motor, definidas como configuração básica para o armamento do Ki-61.

Um tanque de combustível auto-selante com capacidade de 165 litros foi colocado atrás do assento do piloto. O pára-brisa era blindado e havia uma placa de armadura de 13 mm atrás do piloto. O radiador de óleo do motor foi instalado ventralmente abaixo do bordo de fuga da fuselagem e asa, coberto por uma carenagem de seção retangular com uma saída ajustável.

Cada asa tinha um tanque de combustível parcialmente auto-selante de 190 litros atrás da longarina principal, lateral da fuselagem e uma única metralhadora tipo 89, de 7.7 mm numa baía de armas localizada atrás da longarina principal.

O primeiro protótipo Ki-61 ("Caça Modelo 1 tipo 3", a designação oficial de IJAAF) voou pela primeira vez em dezembro de 1941, no aeródromo de Kakamigahara. Apesar do entusiasmo dos pilotos, em relação as inovações da aeronave , tanques de combustível auto-selantes, armamento atualizado, e bom desempenho em mergulho, o peso total de 2.950 kg da aeronave era visto com ceticismo por muitos dos oficiais seniores do Koku Hombu, que continuavam a manifestar preferência por caças ligeiros, altamente manobráveis, ainda que levemente armados, como o então novo Ki-43.

Para ultrapassar estas preocupações, a Kawasaki efectoou uma competição entre dois protótipos do Ki-61 e o Ki-43, uma pré-produção do Ki-44, um LaGG-3, russo capturado na Manchúria a um desertor, um Bf 109 A-3 e um P-40E Warhawk capturado. A Ki-61 provou ser o mais rápido de todos os aviões e foi inferior apenas para o Ki-43 em manobrabilidade.

Durante o teste, o Hien provou ser capaz, mas posteriormente revelaria várias deficiências em atividade operacional, nomeadamente a insuficiente blindagem perante os muito melhor armados caças aliados e um motor que demonstraria qualidade inferior.

Na realidade o Ki-61 foi o ultimo caça a utilizar o motor DB-601 ou seus derivados estrangeiros, que já na altura tinha sido superado por outros motores mais potentes. Além disso a versão local Ha-40 provou ter menos qualidade e potencia inferior. Estes fatores conduziram ao desenvolvimento do Ki-61 II, capacitado para alta altitude, equipado com a versão japonesa do DB-605, o Ha-140. O prótotipo do Ki-61-II com motor de Ha-140 de 1500cv voou pela primeira vez de dezembro de 1943.

Em comparação com o Ki-61 I, o Ki-61 II tinha maior área de asa, uma blindagem mais robusta e um motor Kawasaki Ha-140 de 1.500cv. No entanto, o Ha-140 tinha problemas de confiabilidade graves que nunca foram resolvidos, como comprova o facto de cerca metade do primeiro lote de motores entregue, ter sido devolvidos à fábrica para ser reconstruido. Problemas iniciais de estabilidade de asa, conduziram a reversão da fuselagem e asa do Ki-61 II, para o formato original tendo sido colocado ao serviço como Ki-61 II KAI.

Em janeiro de 1945 um bombardeamento dos EUA, destruiu a fabrica de motores em Akashi, Hyogo, o que conduziu a que 275 fuselagens Ki-61 II KAI sem motores fossem convertidas para usar o motor radial de Mitsubishi Ha-112 II. A aeronave resultante seria designada por Ki-100, e veria resolvidos os problemas de fiabilidade do Ha-140, no entanto tinha uma manifesta falta de potência a grande altitude o que diminuiu a capacidade do Ki-100 para intercetar B-29 em altitude, em relação ao Ki-61 II.

As aeronaves foram construídas com varias configurações de armamento. A primeira produção Ki-61 I Ko utilizava duas metralhadoras tipo 89 de 7.7mm sincrionizadas no nariz e duas Ho-103 de 12.7mm nas asas (podia também transportar um tanque de combustível extra de 151 litros em cada asa).

O Ki-61-I-Otsu, de segunda produção, substituiu as metralhadoras de 12.7mm nas asas por metralhadoras de 7.7mm.

O Ki-61 I Hei era igual a variante Otsu, com as metralhadoras das asas substituídas por canhões de 20mm Mauser MG 151/20. Estes seriam substituídos por canhões japoneses de 20mm Ho-5 na versão Ki-61 I Tei cujas metralhadoras do nariz seriam também substituídas por metralhadoras Ho-103 de 12.7mm

A versão intercetor, Ki-61 I KAId, seria a mais poderosamente armada dos Ki-61 I, além das metralhadoras de 12.7mm do nariz dispunha nas asas de dois canhões de 30mm.

Os Ki-61 II KAIa tinham duas metralhadoras de 12.7mm nas asas, mas as metralhadoras da fuselagem foram substituídas por dois canhões de 20mm enquanto os Ki-61-II-KAIb seriam armadas com quarto canhões de 20mm, dois nas asas e dois na fuselagem. 

De agosto de 1942 a Maio de 1945 foram produzidos pela Kawasaki Kokuki KK, 2654 unidades Ki-61 I, 404 Ki-61 II (a partir de janeiro de 1944). Do Ki-100 foram construídas 275 unidades, como medida de emergência, aproveitando fuselagens do Ki-61 II para os quais não havia motores Ha-140.

O Ki-61 era tão diferente dos restantes caças japoneses equipados com motor radial que quando foram avistados pelos aliados pela primeira acreditou-se serem de origem alemã ou italiana, possivelmente Messerschmitt Bf 109 construidos sob licença. O primeiro Ki-61 visto por tripulações aliadas foi identificados incorretamente como um Bf 109 pelo Capitão C. Ross Greening da USAAF o durante o ataque de Doolittle. Foi por isso inicialmente designado pelo código aliado “Mike”, posteriormente alterado para “Tony”, por jugarem tratar-se de uma aeronave de origem italiana.

Os novos caças Ki-61 Hien entraram ao serviço numa unidade especial, o Chutai 23(*) que entrou em combate pela primeira vez no início de 1943, durante a campanha da Nova Guiné. As unidades foram enviadas para um teatro difícil onde selvas e condições climáticas adversas, juntamente com a falta de peças de reposição, minaram rapidamente a eficiência dos homens e máquinas. Além do mais o Ki-61 era novo e como tal sofria de vários problemas que cominaram numa série desastrosa de falhas e problemas de onde resultou que Ki-43, já obsoleto, foi obrigado a sustentar a maior parte da capacidade de caça da JAAF. 

Apesar dos seus problemas o novo caça japonês causou alguma dor de cabeça entre os pilotos aliados, particularmente quando descobriram da pior maneira que já não poderiam fugir de um ataque entrando em mergulho, manobra utilizada tradicionalmente face aos restantes caças japoneses mais leves.

No entanto, a crescente vantagem numérica e qualitativa das unidades aliadas em termos de caças e bombardeiros, levou a melhor sobre as unidades japonesas, cujas defesas antiaéreas se mostraram manifestamente inadequadas para suster os bombardeamentos sobre os aeródromos japoneses. No final da campanha, quase 2.000 aviões japoneses tinham sido destruídos em ataques aéreos de aviões aliados, B-24 e B-25 armados com bombas de fragmentação. 

O Ki-61 também foi utilizado no sudeste asiático, China, e Okinawa e como um intercetor contra os Boeing B-29 Superfortress durante as campanhas de bombardeamento das ilhas japonesas.

A Ki-61 notabilizou-se fundamentalmente pelas suas características diversas dos restantes caças japoneses contemporâneos, a mais visível era a aparência, a qual se adicionava a incaracterística maior robustez, (em resultada da estrutura semi-monocoque, dos tanques auto-selantes e da blindagem mais robusta). No entanto, o armamento das primeiras produções do Hien era fraco, ainda que considerado suficiente para a maioria de finalidades. 

Devido ao maior peso, o Ki-61 era menos ágil que os outros caças japoneses, mas ainda assim conseguia desenvolver uma velocidade máxima de 580 km/h, que manteve apesar do aumento do peso resultante do reforço do armamento nas versões posteriores, para possibilitar a interceção mais eficaz dos ataques de bombardeiros aliados. 

Tal como muitos outros modelos de aeronaves japonesas, também um número significativo de de Ki-61 também foram utilizados em missões de Tokkotai (kamikaze) no final da guerra. Nestas missões dirigidas fundamentalmente contra os Boeing B-29 Superfortress, as aeronaves eram despojadas dos sistemas de proteção da sua fuselagem reduzindo o peso para atingir as altitudes necessárias para a interceção e em último recurso abalroavam os bombardeiros americanos. Embora o termo "kamikaze" seja usado frequentemente entre os pilotos das unidades para se referir a estes ataques, a palavra não era usada oficialmente pelos militares japoneses. 

Atualmente apenas três aeronaves Ki-61 sobrevivem. 

Um Ki-61 II Kai em exposição no Tokko Heiwa Kaikan Museum em Kyushu, no Japão, um Ki-61 propriedade de Kermit Weeks no Fantasy of Flight Museum nos EUA, onde aguarda restauração e um Ki-61 I Otsu, que se encontra em restauração para condição de voo, propriedade do Military Aviation Museum na Virgínia, EUA.


(*) O Hiko Sentai, normalmente referido como Sentai, era a unidade básica operacional da Força Aérea do Exercito Imperial Japonês, composta por três ou mais Chutai (companhias ou esquadrões). Um Sentai tinha entre 27 a 49 aeronaves, com cada Chutai tendo até 16 aeronaves respetivos pilotos e pessoal de terra. 

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DESENHOS
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PERFIL
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FONTES
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