Brewster F2A Buffalo

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O primeiro caça monoplano a entrar ao serviço da US Navy foi projetado e construído por uma empresa que em 1932 acabara de se aventurar indústria na aviação. Dois engenheiros dessa empresa, Dayton T. Brown e R.D. MacCart provaram que as suas ideias sobre o design monoplano estava à frente da indústria do seu tempo.
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Ano
1938
Pais de Origem
EUA
Função
Caça
Variante
F2A-1 (B-239)
Tripulação
1
Motor
1 x Wright Cyclone R-1820-G5, 950cv
Peso (Kg)
Vazio
1770
Máximo
2670

Dimensões (m)
Comprimento
8,03
Envergadura
10,67
Altura
3,66

Performance (Km)
Velocidade Máxima
480
Teto Máximo
9900
Raio de ação
1550
Armamento
No nariz:
1 x metralhadora Browning M2 de 12.7
1 x metralhadora Browning M1919 de 7.62mm
Nas asas:
2 x metralhadoras Browning M2 de 12.7 mm
Países operadores
EUA, Finlândia, Australia, Holanda, Nova Zelândia, Reino Unido
Fontes
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GALERIA
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Brewster  XFA-1
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Brewster  XFA-1
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Brewster F2A-2 Buffalo 
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 Brewster B-239 da FA Finlandesa 

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F2A-2  do VF-2 (USS Lexington)
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Buffalo Mk I sobre a Malásia, 1941
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HISTÓRIA
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Em 15 de novembro de 1935, a US Navy emitiu um concurso para substituir os biplanos Grumman F3F, por uma aeronave capaz de atingir 483 km/h.

Apenas três empresas apresentaram propostas, a Seversky com o XFN-1, uma versão navalizada do P-35, a Grumman com o biplano de XF4F-1 e a Brewster com uma aeronave de design completamente novo.

Em 2 de fevereiro de 1936, a Marinha encomendou um protótipo do biplano da Grumman, mas este nunca seria construído pois a Grumman percebera que a era dos biplanos tinha chegado ao fim. Consequentemente em 22 de junho de 1936, a US Navy encomendou um protótipo do modelo B-139 de Brewster que foi designado por F2A.

A aeronave da Brewster era um monoplano de asa média de construção cantilever totalmente metálica, com uma fuselagem atarracada e superfícies de controlo cobertas por tela, controladas hidraulicamente. Tinha um cockpit fechado, um trem de aterragem de aterragem totalmente retrátil e um gancho de cauda para aterragens em porta-aviões. O motor era um Wright R-1820-22 ciclone radial de 950cv que movimentava uma hélice metálica Hamilton de três lâminas. O armamento base consistia em duas metralhadoras sincronizadas no nariz, disparando através do arco da hélice, uma Browning M2 de 12.7 mm com 200 munições e uma Browning M1919 de 7.62mm com 600 tiros.

Brewster XF2A-1 Buffalo
Os testes de voo ao protótipo XF2A-1 (modelo B-139) iniciaram-se em janeiro de 1938. Durante os primeiros testes a aeronave não atingiu a velocidade exigida no concurso, mas após testes em túnel de vento foram feitas correções na carenagem do motor, após as quais a aeronave atingiu os 482 km/h, demonstrou uma impressionante taxa de subida, e uma boa capacidade de manobra. Consequentemente em junho de 1938 a US Navy encomendou uma primeira produção de 54 aeronaves, mantendo no entanto reserva sobre o concurso até ser analisado o projeto do caça monoplano da Grumman XF4F-2, ainda em desenvolvimento.

A produção do primeiro lote de 54 aeronaves do F2A-1, foi iniciado em junho de 1938, eram alimentadas por um motor Wright R-1820-34 de 940cv e dispunham de um estabilizador vertical de maiores dimensões. Tinham também duas metralhadoras Browning M2 de 12.7 mm, adicionais nas asas, e outros equipamentos especificados pela US Navy para operações de combate cujo peso adicional reduziu a taxa de subida da aeronave.

As instalações de produção da Brewster eram totalmente inadequadas e por isso a produção era muito lenta. A Brewster apenas entregou 11 F2A-1 à marinha, as restantes aeronaves deste lote de produção seria mais tarde foi desviado para a força aérea da Finlândia, que travava uma desesperada guerra defensiva contra a invasão Soviética (Guerra de Inverno), sob a designação de exportação Modelo 239.

F2A-2 no Oakland Airport CA
A variante seguinte, o F2A-2, dos quais foram encomendados 43 unidades pela US Navy, dispunham de um motor Wright R-1820-40 mais potente, de uma melhor hélice e equipamento de flutuação integral, mas ainda não dispunha de blindagem de protecção para o piloto nem de tanques de combustível auto-selantes. O aumento da potência do motor permitiu compensar o aumento de peso da aeronave que conseguia atingir agora a velocidade maxima de 520 km/h aos 5.029 m de altitude, porem a taxa de subida era menor que a do F2A-1.

O F2A-3 foi a última versão do Buffalo a ser encomendada pela US Navy, num total de 108 unidades encomendadas em janeiro de 1941 numa altura em que a marinha já tinha perdido o interesse pela aeronave especialmente devido aos constantes atrasos nas entregas pela Brewster Aeronautical Corporation em permanente dificuldades de gestão e incapaz por isso de dar resposta atempada às encomendas. Esta encomenda foi entendida como uma forma de manter as linhas de produção da Brewster em funcionamento esperando eventualmente que viessem a construir os novos caças Vought F4U Corsair ou bombardeiros de mergulho Brewster SB2A Buccaneer (Brewster Bermuda).

O F2A-3 foi concebido como um caça de reconhecimento de longo alcance. Dispunha de uma asa melhorada, de tanques de combustível auto-selantes de maior capacidade, blindagem de protecção para o piloto e maior capacidade de munições. Porém estas melhorias aumentaram significativamente o peso da aeronave de onde resultou uma espectável diminuição da velocidade máxima e da taxa de subida, mas também piorou significativamente a sua capacidade de manobra e viragem. A US Navy descobriria também que o aumento de peso agravava significativamente o problema, presente desde início, a falha do trem de aterragem durante as exigentes aterragens em porta-aviões. Apesar destes problemas a marinha teve em conta o bom desempenho do motor Wright R-1820-40 Cyclone, e por isso achou que a aeronave tinha ainda utilidade operacional e por isso colocou os F2A-3 em serviço operacional a bordo dos porta-aviões USS Saratoga e USS Lexington.

Embora fosse evidente que o F2A era inferior aos caças britânicos e alemães seus contemporâneos a elevada procura de caças pelos aliados durante as fases iniciais da guerra conduziu a que ainda assim fossem encomendadas várias unidades da aeronave pelos aliados que os pretendiam utilizar em teatros de guerra menos exigentes. A Bélgica adquiriu aeronaves 40 aeronaves B-339B (F2A-1 de exportação), que acabariam por ser utilizadas pela Fleet Air Arm (braço aéreo da Royal Navy). As Indias Orientais Holandesas comprariam 24 B-339C (F2A-1 de exportação com motor Wright GR-1820-G-105 Cyclone), 48 B-339D (F2A-2 de exportação com motor Wright R-1820-40 Cyclone) e 20 B-339-23 (F2A-3 de exportação com motor Wright GR-1820-G205A). Por fim a Royal Air Force adquiriria 170 aeronaves B-339-E denominadas de Buffalo Mk I (F2A-2 de exportação com motor Wright GR-1820-G-105 Cyclone).

A primeira unidade a ser equipado com o F2A-1 fora o esquadrão VF-3, atribuído ao porta-aviões USS Saratoga que em 8 de dezembro de 1939, recebera 10 dos 11 Buffalo entregue à US Navy, sendo os restantes 43 F2A-1 do primeiro lote de produção foram declarados excedentes e vendida a Finlândia. Posteriormente este esquadrão seriam reforçados com as aeronaves F2A-2 e F2A-3, que também seriam entregues ao esquadão VF-2. Estes esquadrões estavam operacionais a bordo dos porta-aviões USS Saratoga e USS Lexington. 

No final de 1940, era evidente que o Buffalo estava obsoleto, necessitava urgentemente de um motor mais potente e de um trem de aterragem mais resistente. Porém logo após as entregas do F2A-3 verificou-se que a estrutura da aeronave atingira o seu limite, não tinha capacidade para receber um novo motor e um novo trem de aterragem exigiria um complete redesenho das asas de fuselagem. A US Navy decidiu por isso abater completamente a aeronave do serviço ativo relegando-a de aeronave de segunda linha para aeronave de instrução avançada de pilotos.

À medida que a US Navy substituía os Buffalo a bordo dos seus porta-aviões, estes eram colocados ao serviço do United States Marine Corps, que os colocou nos esquadrões VMF-211 e VMF-221 , os últimos dos quais teriam uma breve participação na batalha de Midway

Brewster Buffalo Mk I da RAF em Singapora, outubro, 1941
No início da guerra do Pacífico uma série de esquadrões da Royal Air Force, Commonwealth, e esquadrões das Indias Orientais Holandesas estavam equipados com aeronaves Brewester modelo B-339. Quando os japoneses atacaram a 7 e 8 dezembro 1941 tornou-se imediatamente evidente que os Aliados estavam, lamentavelmente, mal preparados. Muitos dos B-339 foram destruídos no solo devido à total surpresa e confusão que causou o ataque inicial japonês.

Ironicamente, o F2A praticamente não teve atividade operacional ao serviço da US Navy durante a guerra. Os EUA tinham vindo a substituir os seus F2A Buffalo devido principalmente às dificuldades da Brewster Aeronautical em fornecer a aeronave em quantidade adequado para além do que o recente Grumman F4F Wildcat era manifestamente superior ao F2A e tinha-o rapidamente suplantando antes do início da guerra. A única acção relevante em que participaram foi na defesa da ilha de Midway cuja defesa aérea em 4 de junho de 1942 era o esquadrão VMF-221 ali estacionado, e que dispunha de 18 F2A Buffalo e 4 F4F Wildcats. As aeronaves enfrentaram uma formação de 107 aviões japoneses reivindicando ter abatido oito bombardeiros de ataque japoneses, mas assim que se encontraram com os caças de escolta Mitsubishi A6M Reisen (Zero) o fim foi rápido e doloroso, sendo abatidos 13 Buffalo e dois Wildcats.

F2A-3 do VMF-221 a ser abastecido
O fraco desempenho do Buffalo no teatro do Pacifico não se explica apenas pela obsolescência do pequeno caça. A maioria dos pilotos aliados eram recém formados e nunca tinham entrado em combate ap passo que a maioria dos pilotos japoneses já eram experimentados pelos combates na China que já decorriam à uma década. Para piorar a situação, a maioria dos pilotos holandeses no sudeste asiatico nunca tinham pilotada uma aeronave tão avançado como o B-339. Mais importante ainda era a esmagadora vantagem numérica dos japoneses nas fases iniciais da guerra.

As razões que levaram ao fracasso do F2A no Pacifico, foram, ironicamente, as mesmas que explicam o seu retumbante sucesso na guerra da continuação, entre 1941 e 1944 na Finlândia para onde tinham sido exportados 43  F2A-1 sob a designação de Modelo B-329 da produção inicial.

No início das hostilidades, a Finlândia tinha apenas 307 aeronaves. Os soviéticos tinham uma grande variedade aeronaves , algumas modernas outras obsoletas. Entre os caças Soviéticos incluíam-se I-152, I-153, MIG-1, MIG-3, Yak-1, e Yak-7; além de Spitfires, Hurricanes, P-40 e P-39 fornecidos pelos Aliados Ocidentais. Apesar da vantagem numérica esmagadora, e em muitos casos superioridade qualitativa relativamente ao "Pylly Walteri" (o apelido finlandeses para o B-239), até final da guerra da continuação os Buffalo tinham abatido 496 aeronaves Soviéticas, perdendo apenas 19.

Embora em grande vantagem numérica os pilotos soviéticos eram na sua maior parte medíocres. Os melhores pilotos russos estavam destacados na frente contra a Luftwaffe, considerada a maior ameaça, tal como as aeronaves mais modernas da VVS (Força Aérea Soviética) . Na frente Finlandesa os Soviéticos utilizaram na sua maior parte aeronaves obsoletas como o caça biplano I-15. Além disso os inexperientes pilotos Soviéticos, enfrentaram os experientes, qualificados, e determinados pilotos finlandeses que defendiam o seu país contra um inimigo externo.
Brewester F2A-1 BW-372 depois de restaurado

Atualmente o único Brewster F2A Buffalo original existente é exactamente o Buffalo, BW-372, Finlandês abatido por um Hurricane Russo em 1942, que conseguiu fazer uma aterragem de emergência junto ao lago Big Kolejärvi. Descoberto em 1998 foi adquirido pelo National Naval Aviation Museum em Pensacola, Florida, EUA. Restaurado para o estado em que se encontrava após a aterragem forçada encontra-se desde 2008 em exposição no Keski-Suomen ilmailumuseo (Museu da força aérea finlandesa) prevendo-se que regresse a Pensacola em 2016.
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DESENHOS
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PERFIL
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FONTES

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